Economia

Especialista alerta para possível crescimento da inadimplência no médio prazo

Felipe Ohana diz que a adimplência segue o ciclo da renda e, nos próximos 18 meses, o cenário pode ser menos favorável ao crédito

Especialista aconselha a avaliação da real necessidade de se endividar (.)

Especialista aconselha a avaliação da real necessidade de se endividar (.)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2010 às 23h00.

Brasília - O comportamento da inadimplência tem relação direta com a capacidade de renda do endividado. Isso vale pra pessoa física, jurídica e até mesmo para um país, explica o consultor econômico Felipe Ohana. Não é à toa que os dados de operação de crédito divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (26) mostraram que o índice de calote registrado foi o menor desde dezembro de 2005.

Para Ohana, o pagamento dos empréstimos é reflexo de uma perspectiva de que a renda nacional irá crescer. "Estamos vivendo o lado positivo do endividamento. Por enquanto não há preocupação de ficar sem emprego e de, portanto, não poder pagar. A adimplência vai no ciclo da renda", avaliou.

O momento econômico do Brasil é positivo. No entanto, o economista ressalta que as pessoas físicas devem avaliar as reais necessidades de endividamento. "Não há preocupação agora, mas deve-se acender a luz amarela para os próximos 12 a 18 meses. A taxa pode vir acompanhada de um cenário menos glamuroso no médio prazo", pondera Ohana. O especialista acredita que nos próximos 24 meses, o cenário será de desaceleração da economia.

Segundo Ohana, a taxa de juros deve aumentar para quem vai tomar empréstimo de crediário. "É razoável esperar que ela suba", defende. Para ele, a elevação de 0,1 ponto percentual nos juros cobrados nas operações de crédito para pessoas físicas é uma resposta dos bancos ao aperto monetário. "É como se o custo de produção do empréstimo ficasse mais caro com a alta da Selic, a redução do fluxo de recursos e o aumento da taxa de mercado", explica Ohana.

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