Economia

Espanha dá sinais de recuperação, de olho no desemprego

Com 5,9 milhões de pessoas sem trabalho (25,9% da população ativa), o desemprego é visto como um problema maior


	Milhares de pessoas marcham na Espanha para protestar contra o desemprego e a austeridade e exigir reformas políticas
 (AFP)

Milhares de pessoas marcham na Espanha para protestar contra o desemprego e a austeridade e exigir reformas políticas (AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 21h38.

Madri - A recuperação econômica mostrou já em 2013 alguns indícios na Espanha, um país preocupado com a corrupção política, que este ano teve vários casos relevantes, mas também com o alto nível de desemprego.

Durante todo o ano, as enquetes mensais do Centro de Pesquisas Sociológicas (oficial) definiram a situação econômica e a corrupção como os principais focos de preocupação dos espanhóis.

Com 5,9 milhões de pessoas sem trabalho (25,9% da população ativa), o desemprego é visto como um problema maior, especialmente entre os jovens abaixo dos 25 anos, entre os quais a porcentagem passa de 50%.

Não há perspectivas de que a situação melhore de maneira substancial no futuro imediato, apesar de os dados macroeconômicos apontarem uma melhoria após cinco anos de crise.

Após nove trimestres consecutivos de quedas do PIB a Espanha deixou a recessão entre julho e setembro passado, quando a economia cresceu um décimo.

A previsão é de que o país termine o ano com uma queda de 1,3% do PIB, segundo a estimativa da Comissão Europeia que, no entanto, acredita que o último trimestre de 2013 também será positivo.

Bruxelas apoiou ainda o fim do resgate aos bancos espanhóis iniciado com um plano específico no verão de 2012 e no qual foram usados 41,3 bilhões de euros (R$ 133 bilhões).


No entanto, a Comissão ainda pressiona a Espanha para que reduza seu déficit e o governo de Mariano Rajoy (centro-direita) adotou neste ano várias medidas de ajuste, que a oposição política e os sindicatos classificaram como cortes e que também foram contestadas com manifestações nas ruas.

No plano político, o ano terminou com a polêmica causada pelo acordo de vários partidos nacionalistas da região da Catalunha de convocar no final de 2014 uma consulta sobre a autodeterminação desse território, que o governo central rejeita por considerar ilegal.

A política em 2013 também esteve centrada em vários casos de corrupção.

Um dos mais notáveis foi o que afetou o ex-tesoureiro do governante Partido Popular, Luis Bárcenas, que disse que por anos houve nessa formação uma contabilidade paralela.

Essa conta 'B' era supostamente alimentada com doações irregulares de empresários e permitia dar salários extras a dirigentes, incluindo Rajoy, segundo declarou o próprio Bárcenas ao juiz.

Os dirigentes citados negaram as afirmações e o próprio Rajoy as rejeitou em um pronunciamento extraordinário no Parlamento.

A Justiça continua investigando o caso e outros que afetaram outros partidos e sindicatos, assim como o genro do rei Juan Carlos, Iñaki Urdangarin, pelo suposto desvio de 6 milhões de euros dos cofres públicos para um instituto criado sem fins lucrativos que entre 2003 e 2006 foi presidido antigo esportista, atual marido da infanta Cristina.

O rei, por sua vez, não teve um bom ano, não só pelas consequências que o caso pode ter para ele, mas também pelos problemas médicos, que o levaram a passar duas vezes pela sala de cirurgia para substituir uma prótese no quadril, que há meses alterou sua agenda de atividades.

No entanto, uma das piores notícias do ano foi o acidente ferroviário de 24 de julho nas proximidades de Santiago de Compostela, quando um trem que partiu de Madri descarrilou quando ao fazer curva a uma velocidade superior à permitida, matando 79 pessoas.

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