Exame Logo

Espanha aposta no setor automobilístico para superar a crise

Em 2014, a Anfac prevê um aumento de 9% da produção, com 2,4 milhões de veículos

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2013 às 17h32.

Madri - O governo espanhol renovou nesta quinta-feira seu apoio ao setor automobilístico, com a esperança de estimular as vendas de uma atividade líder para superar a crise , mas quase exclusivamente centrada na exportação .

A ajuda pública à venda de automóveis, iniciada em outubro de 2012, será prorrogada pela terceira vez com "outros 70 milhões de euros", anunciou o ministro da Fazenda, Cristóbal Montoro, durante fórum organizado em Madri pela associação de fabricantes Anfac.

"Na Espanha, o número de matrículas de carros é anormal, temos um país com um consumo muito baixo", lamentou. Este ano as vendas deveriam alcançar 700.000 unidades, longe dos 1,7 milhão registrado em 2007, antes do começo da crise.

Contudo, apesar da apatia do mercado interno, as fábricas espanholas desfrutam de boa saúde.

Em um país com 26,3% de desemprego, o setor, que emprega 250.000 pessoas, criou "mais de 2.400 postos no primeiro semestre", afirma o vice-presidente da Anfac, Mario Armero, informando que "um euro de cada quatro do PIB industrial corresponde à fabricação de veículos".

Paradoxalmente, o país, quarta economia da zona do euro, não tem nenhum fabricante nacional, apesar de ser, graças às 17 fábricas de 9 fabricantes presentes em seu território, o segundo produtor da Europa, atrás da Alemanha.


Em 2014, a Anfac prevê um aumento de 9% da produção, com 2,4 milhões de veículos . O setor, que representa 10% do PIB nacional, vai superar seu objetivo de três milhões em 2016, afirma Armero.

Este dinamismo provém do exterior: nove em cada dez veículos fabricados na Espanha são vendidos fora de suas fronteiras.

"A Espanha recentemente recuperou vários direitos, como o Opel Mokka, que antes era produzido na Coreia do Sul e o C3 Picasso" de PSA, dos veículos fabricados na fábrica da Opel en Figueruelas, no nordeste do país, explicou à AFP David Barrientos, diretor de comunicação de Anfac.

Em 2012, a Espanha exportou veículos para 130 países, liderados pela França, Alemanha e no Reino Unido.

"Em 2011 eram fabricados na Espanha 34 modelos, hoje quase 40 e em dois anos, serão 45", comemora Armero. "A indústria do automóvel aposta na Espanha" e graças a isso "estamos seguros que realizaremos um papel importante na saída da crise", acrescenta.

Uma opinião compartilhada por Montoro: "a Espanha está saindo da crise econômica e está fazendo pelo único caminho possível, pelo seu setor externo". Freado o motor econômico da construção, abalado desde o estouro da bolha imobiliária em 2008, o país se apoia agora em quatro setores: "equipamento, agroalimentar, turismo e automóvel", informa.

"Quem ia dizer há 15 anos que o setor automotivo seria um setor líder na saída da crise?", disse o ministro. Frente à concorrência da Ásia e leste da Europa, "diríamos que não tínhamos nada a fazer", lembra.


A receita? "Convênios de trabalho que são os melhores da Europa", considera.

Contudo, nesses convênios, a maioria assinado em um bom clima de negociação, os sindicatos tiveram que aceitar frequentemente salários moderados e maior flexibilidade.

Por exemplo, os terceirizados da Renault em Madri, uma rede de oito oficinas e concessionárias cujos funcionários protestam desde 10 de outubro contra as novas condições orçamentárias pela direção.

"A empresa continua querendo cortar determinados bônus e modificar direitos refletidos no anterior convênio como o complemento por enfermidade", denuncia o sindicato CCOO em um comunicado.

"A Espanha vai se transformar na nova 'China' da Europa?", se perguntava na quarta-feira o analista de Natixis Patrick Artus.

Com maior competitividade, salários mais baixos e menos esforço em investigação e desenvolvimento, "é razoável pensar que a Espanha se transforme no centro essencial de produção dos produtos industriais de médio porte da Europa", considerou.

Veja também

Madri - O governo espanhol renovou nesta quinta-feira seu apoio ao setor automobilístico, com a esperança de estimular as vendas de uma atividade líder para superar a crise , mas quase exclusivamente centrada na exportação .

A ajuda pública à venda de automóveis, iniciada em outubro de 2012, será prorrogada pela terceira vez com "outros 70 milhões de euros", anunciou o ministro da Fazenda, Cristóbal Montoro, durante fórum organizado em Madri pela associação de fabricantes Anfac.

"Na Espanha, o número de matrículas de carros é anormal, temos um país com um consumo muito baixo", lamentou. Este ano as vendas deveriam alcançar 700.000 unidades, longe dos 1,7 milhão registrado em 2007, antes do começo da crise.

Contudo, apesar da apatia do mercado interno, as fábricas espanholas desfrutam de boa saúde.

Em um país com 26,3% de desemprego, o setor, que emprega 250.000 pessoas, criou "mais de 2.400 postos no primeiro semestre", afirma o vice-presidente da Anfac, Mario Armero, informando que "um euro de cada quatro do PIB industrial corresponde à fabricação de veículos".

Paradoxalmente, o país, quarta economia da zona do euro, não tem nenhum fabricante nacional, apesar de ser, graças às 17 fábricas de 9 fabricantes presentes em seu território, o segundo produtor da Europa, atrás da Alemanha.


Em 2014, a Anfac prevê um aumento de 9% da produção, com 2,4 milhões de veículos . O setor, que representa 10% do PIB nacional, vai superar seu objetivo de três milhões em 2016, afirma Armero.

Este dinamismo provém do exterior: nove em cada dez veículos fabricados na Espanha são vendidos fora de suas fronteiras.

"A Espanha recentemente recuperou vários direitos, como o Opel Mokka, que antes era produzido na Coreia do Sul e o C3 Picasso" de PSA, dos veículos fabricados na fábrica da Opel en Figueruelas, no nordeste do país, explicou à AFP David Barrientos, diretor de comunicação de Anfac.

Em 2012, a Espanha exportou veículos para 130 países, liderados pela França, Alemanha e no Reino Unido.

"Em 2011 eram fabricados na Espanha 34 modelos, hoje quase 40 e em dois anos, serão 45", comemora Armero. "A indústria do automóvel aposta na Espanha" e graças a isso "estamos seguros que realizaremos um papel importante na saída da crise", acrescenta.

Uma opinião compartilhada por Montoro: "a Espanha está saindo da crise econômica e está fazendo pelo único caminho possível, pelo seu setor externo". Freado o motor econômico da construção, abalado desde o estouro da bolha imobiliária em 2008, o país se apoia agora em quatro setores: "equipamento, agroalimentar, turismo e automóvel", informa.

"Quem ia dizer há 15 anos que o setor automotivo seria um setor líder na saída da crise?", disse o ministro. Frente à concorrência da Ásia e leste da Europa, "diríamos que não tínhamos nada a fazer", lembra.


A receita? "Convênios de trabalho que são os melhores da Europa", considera.

Contudo, nesses convênios, a maioria assinado em um bom clima de negociação, os sindicatos tiveram que aceitar frequentemente salários moderados e maior flexibilidade.

Por exemplo, os terceirizados da Renault em Madri, uma rede de oito oficinas e concessionárias cujos funcionários protestam desde 10 de outubro contra as novas condições orçamentárias pela direção.

"A empresa continua querendo cortar determinados bônus e modificar direitos refletidos no anterior convênio como o complemento por enfermidade", denuncia o sindicato CCOO em um comunicado.

"A Espanha vai se transformar na nova 'China' da Europa?", se perguntava na quarta-feira o analista de Natixis Patrick Artus.

Com maior competitividade, salários mais baixos e menos esforço em investigação e desenvolvimento, "é razoável pensar que a Espanha se transforme no centro essencial de produção dos produtos industriais de médio porte da Europa", considerou.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosComércio exteriorCrise econômicaExportaçõesIndústriaIndústrias em geralveiculos-utilitarios

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame