Acompanhe:

Equipe de Guedes avalia proposta para frear disputas com o Fisco

Há proposta de obrigar União, Estados e municípios a ressarcirem os contribuintes nos casos em que perderem os processos contra suas atuações

Modo escuro

Continua após a publicidade
Paulo Guedes: ministro do governo eleito avalia como equilibrar disputas fiscais (André Valentim/Divulgação)

Paulo Guedes: ministro do governo eleito avalia como equilibrar disputas fiscais (André Valentim/Divulgação)

A
Adriana Fernandes, do Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de dezembro de 2018 às, 08h38.

Última atualização em 3 de dezembro de 2018 às, 08h45.

São Paulo - Secretário da Receita Federal durante os oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso, Everardo Maciel defende a criação de um código do processo tributário para colocar freio na avalanche de disputas do Fisco com contribuintes que ocorre hoje no Brasil. Pela proposta, União, Estados e municípios seriam obrigados a ressarcirem os contribuintes nos casos de perderem os processos contra suas atuações. Com a medida, se espera diminuir os autos de infração, que incluem as multas infundadas e feitas sem embasamento.

Um dos principais pontos é a adoção da chamada compensação universal de créditos tributários, que permitiria aos contribuintes compensarem com qualquer tributo devido desde que tivessem crédito a receber. A dificuldade de compensação, principalmente de contribuições previdenciárias, é hoje uma das maiores reclamações das empresas. Até mesmo precatórios (pagamentos devidos pela União após sentença definitiva na Justiça) a receber poderiam ser compensados.

A proposta de Everardo Maciel está sendo analisada pela equipe do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. A ideia é acabar com a exigência de certidões negativas para a contratação de empresas no setor público, que seriam substituídas por uma espécie de "acerto de contas" entre o que a empresa deve e o que receberia pela prestação de serviço.

A proposta foi construída com auxílio de juristas e tributaristas no âmbito da CPI do Carf e da Comissão de Juristas para a Desburocratização, que teve a participação do atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Duas propostas de emenda constitucional (PEC) de números 112 e 57, que já tramitam no Congresso, poderão ser aproveitadas.

"Os autos não resultam em nenhum ônus para os Estados, ou seja, pode lançar o que quiser. Não há nenhuma responsabilidade?", diz Maciel. A proposta avança num modelo de maior interação entre as esferas administrativa e judicial. "Isso vai produzir uma revolução", prevê. Hoje, não há cobrança da chamada sucumbência (honorários) para os Fiscos. "Se confirmar a derrota, vai ter que pagar", explica.

Para Maciel, as principais questões tributárias brasileiras nada têm a ver com os modelos tributários. Na sua avaliação, o que torna o sistema ineficiente e oneroso está relacionado à burocracia e ao processo tributário, que trata da fiscalização, lançamento e julgamento das autuações nas esferas administrativas e judicial. Segundo ele, dos 80 milhões de processos em tramitação na Justiça, 38% são de execução fiscal. Há litígios, como os que tratam da tributação do ágio, que somam mais de R$ 100 bilhões.

Maciel defende também que o Carf tenha apenas servidores concursados. O Carf é um conselho vinculado ao Ministério da Fazenda, cuja atribuição é analisar recursos de empresas multadas pela Receita Federal. A proposta também inclui a criação de um cadastro único entre os Fiscos para as empresas abrirem e fecharem. Hoje, há um multiplicidade de cadastros. "Uma empresa não é diferente para o Fisco de São Paulo ou outro Estado", diz.

Últimas Notícias

Ver mais
Carga tributária bruta do governo geral cai para 32,44% do PIB em 2023
Economia

Carga tributária bruta do governo geral cai para 32,44% do PIB em 2023

Há 22 horas

Perse: governo apresenta projeto para limitar programa a 12 setores de eventos e diminuir incentivos
Economia

Perse: governo apresenta projeto para limitar programa a 12 setores de eventos e diminuir incentivos

Há um dia

Litígio Zero: nova fase do programa permitirá renegociação de dívidas de até R$ 50 milhões
seloMinhas Finanças

Litígio Zero: nova fase do programa permitirá renegociação de dívidas de até R$ 50 milhões

Há um dia

'Situação não está boa', diz secretário da Receita, sobre discussão de pautas econômicas
Economia

'Situação não está boa', diz secretário da Receita, sobre discussão de pautas econômicas

Há 2 dias

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais