Economia

Empresas usaram recursos próprios para investir, diz CNI

A escassez de crédito levou a um aumento na utilização de recursos próprios pelas empresas que investiram em 2015, que passou de 61% no ano anterior para 72%


	Indústria: apenas 74% das indústrias investiram em 2015 e 64% têm intenção de fazer aportes neste ano
 (zdravkovic/Thinkstock)

Indústria: apenas 74% das indústrias investiram em 2015 e 64% têm intenção de fazer aportes neste ano (zdravkovic/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 12h27.

Brasília - A falta de crédito e a redução dos financiamentos de bancos públicos estão entre os motivos para a queda no investimento industrial em 2015, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da entidade, Renato da Fonseca, a escassez de crédito levou a um aumento na utilização de recursos próprios pelas empresas que investiram em 2015, que passou de 61% no ano anterior para 72%.

"Numa situação de empresas que já estão debilitadas pela queda da demanda e ficam dependentes apenas de seus próprios recursos, mesmo quem deseja não consegue fazer investimentos", afirma.

Pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 18, pela CNI mostrou que apenas 74% das indústrias investiram em 2015 e 64% têm intenção de fazer aportes neste ano.

Os dois porcentuais são os menores desde 2010, quando começou a pesquisa.

"O resultado ressalta a necessidade de novas fontes de financiamento para o investimento industrial", acrescenta o economista da entidade, Marcelo Azevedo, responsável pela pesquisa.

Os economistas destacaram ainda o aumento nos investimentos destinados à exportação, uma resposta ao cenário de demanda doméstica fraca.

De acordo com a pesquisa, das empresas que pretendem investir, 62% têm o foco no mercado doméstico, ante 68% no ano passado.

Passou de 25% para 31% o porcentual com investimentos orientados igualmente para o mercado doméstico e externo e a fatia de empresas com foco apenas no mercado externo se manteve em 7%.

"A única maneira de voltar a crescer de forma mais rápida é utilizando o mercado externo", completa Fonseca.

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