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Empresas começam o ano com perdas

São Paulo, 30 de abril (Portal EXAME) As empresas brasileiras da chamada economia real seguem na contra-mão do otimismo do mercado financeiro: fecharam o primeiro trimestre com queda na produção, aumento nos estoques e menos dinheiro em caixa. O resultado pouco animador aparece na pesquisa Sondagem Industrial, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h28.

São Paulo, 30 de abril (Portal EXAME) As empresas brasileiras da chamada economia real seguem na contra-mão do otimismo do mercado financeiro: fecharam o primeiro trimestre com queda na produção, aumento nos estoques e menos dinheiro em caixa. O resultado pouco animador aparece na pesquisa Sondagem Industrial, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Na avaliação do economista Renato da Fonseca, coordenador da Unidade de Economia e Estatística da CNI, o ambiente econômico do Brasil neste início de ano não foi favorável à produção . As indústrias tiveram que lidar com baixa demanda, aumento no preço das matérias-primas, elevada carga tributária e crescimento dos juros. O levantamento realizado de 26 de março a 17 de abril consultou 1 431 empresas (1 174 grandes e 257 pequenas e médias).

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Foram estabelecidas pontuações de 0 a 100 para diferentes itens da produção, sendo 50 pontos uma linha divisória: acima desse patamar, há tendência de melhora, abaixo, de piora. Vários pontos apurados caíram abaixo dessa fronteira, inclusive o mais importante deles, o indicador de produção. A atividade industrial costuma esfriar nos primeiros meses do ano, após as vendas de natal e durante o período de férias de verão. Mas a queda apurada pela CNI de janeiro a março ultrapassou a registrada em igual período do ano passado. O indicador de evolução da produção ficou em 43 pontos.

A redução foi sentida por empresas de todos os tamanhos, mas afetou especialmente as de menor porte. Quase metade das pequenas e médias empresas registrou queda na produção. É um resultado considerado ruim, pelos critérios da pesquisa, somente superado pela crise cambial de 1999. Dos 17 setores analisados, apenas dois (material de transporte e borracha) não registram queda em relação ao trimestre anterior.

O indicador de faturamento acompanhou a queda e ficou em 48 pontos para as grandes empresas e em 41,2 pontos para as pequenas e médias (outro resultado ruim só superado pelo fraco período da crise cambial). Metade das empresas assinalou queda do faturamento. Todos os indicadores referentes à situação financeira registraram queda: a liquidez, a relação preço/custo, que reflete a margem de lucro, e, por conseguinte, a própria lucratividade. Tal quadro interrompe um movimento positivo registrado nos últimos meses.

Os estoques de produtos finais, em contrapartida, cresceram. O indicador ficou em 51 pontos para a indústria como um todo. O estoque desejado (chamado de efetivo) ficou em 53,4 pontos, o que sinaliza que os produtos fabricados, mas não vendidos, no primeiro trimestre estão muito acima do estimado pelas empresas.

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