Economia

Emprego na indústria acumula queda de 0,9% em 2002

Em 2002, o nível de emprego na indústria acumulou queda de 0,9%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES), do IBGE. Este declínio, porém, é o menos acentuado que se observa no indicador acumulado, ao longo de todo o ano. Em dezembro, na comparação com o mês anterior (sem ajuste sazonal), houve […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h05.

Em 2002, o nível de emprego na indústria acumulou queda de 0,9%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES), do IBGE. Este declínio, porém, é o menos acentuado que se observa no indicador acumulado, ao longo de todo o ano. Em dezembro, na comparação com o mês anterior (sem ajuste sazonal), houve queda de 1,0%. No entanto, na série livre de influências sazonais, o confronto com novembro mostra ligeira variação de 0,1%. Já a comparação com o mesmo mês do ano anterior registrou a segunda taxa positiva (0,3%) e o melhor resultado desde dezembro de 2001.

O indicador acumulado revela que, apesar de 2002 ter terminado com resultado negativo, o mercado de trabalho industrial apresentou uma trajetória de suave recuperação no final do ano. A Região Sudeste foi a que fechou mais vagas entre as regiões pesquisadas, uma vez que São Paulo (-2,9%) e Rio de Janeiro (-5,0%) vêm sendo responsáveis pelos principais impactos negativos no emprego. Já as principais contribuições positivas vêm de Santa Catarina (4,2%) e das regiões Norte e Centro-Oeste (1,5%). Por divisão, houve queda em 12 ramos, entre os quais, máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-11,8%), que sobressaiu como o principal impacto negativo ao longo do ano.

O recuo de 1,0% na comparação de dezembro com novembro foi generalizado, com os 14 locais e 15 divisões apresentando taxas negativas. Com os maiores impactos na formação da taxa destacaram-se São Paulo (-0,6%) e Minas Gerais (-1,9%). Espírito Santo registrou a maior queda (-3,0%).

No confronto com dezembro de 2001, observa-se o segundo resultado positivo neste tipo de comparação (0,3%), o melhor desde o início da série (dezembro de 2001). O primeiro resultado positivo havia sido observado em novembro (0,2%). Seis áreas expandiram o número de empregados, com destaque para Santa Catarina (5,2%) e regiões Norte e Centro-Oeste (4,6%). São Paulo e Rio de Janeiro despontam novamente como as principais contribuições negativas, com quedas de 0,8% e 4,1%, respectivamente. Os segmentos que mais perderam empregados nestes locais foram os de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-15,6%) no primeiro, e vestuário (-10,3%) no segundo.

Ainda nesta comparação, no total do país, entre as nove atividades que registraram aumento, destacaram-se as influências positivas de alimentos e bebidas (6,2%), máquinas e equipamentos -exclusive elétricos (6,9%) e refino de petróleo e produção de álcool (12,0%). Negativamente, a pressão mais significativa foi exercida por máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-8,3%) no índice de emprego.

O valor da folha de pagamento da indústria caiu 2,4% no acumulado do ano. A redução mais acentuada na folha de pagamento que no nível do emprego (-0,9%) reflete o contexto de pouco dinamismo no mercado de trabalho e os efeitos da elevação nos índices de preços. Conseqüentemente, a folha média de pagamento recuou 1,5% no ano. Em dezembro, no confronto com o mês anterior, houve queda da folha de pagamento real (-4,3%) pela terceira vez consecutiva, na série livre de influências sazonais. Na comparação com dezembro/01 o resultado também é negativo ( 6,1%).

No fechamento de 2002, apesar de a maior parte (nove) dos 14 locais pesquisados ter obtido aumento no valor da folha de pagamento, as reduções observadas no principal parque fabril do país, São Paulo (-5,5%) e, como conseqüência, na região Sudeste (-4,3%), fizeram com que o resultado nacional fosse negativo (-2,4%). Também obtiveram quedas Rio de Janeiro (-2,2%), Pernambuco (-0,9%) e Paraná (-0,1%). Entre as áreas que ampliaram a folha de pagamento, destacam-se as regiões Sul (1,4%) e Norte e Centro-Oeste (5,5%), e o Rio Grande do Sul (2,0%). Os demais locais obtiveram os seguintes resultados: Ceará (3,5%), Santa Catarina (2,1%), Espírito Santo (1,8%), Bahia (1,1%), Minas Gerais (0,4%) e região Nordeste (0,2%).

Ainda no indicador acumulado no ano, há redução no valor da folha de pagamento de 11 setores investigados. A indústria produtora de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-17,4%) exerce a principal pressão negativa na formação da taxa de -2,4%, seguida pelas de meios de transporte (-4,4%) e de produtos químicos (-5,1%). Do lado positivo, o setor de alimentos e bebidas (4,8%) responde pela maior contribuição, e o de refino de petróleo e produção de álcool (12,9%) revela a maior taxa de crescimento.

Quanto ao valor médio da folha de pagamento, a redução de 1,5% em 2002 é fruto de quedas na metade dos 14 locais pesquisados. As maiores quedas são assinaladas em São Paulo (-2,8%) e Santa Catarina (-2,1%). Os maiores aumentos da folha média são observados nas regiões Norte e Centro-Oeste (3,7%), Rio de Janeiro (2,9%) e Bahia (2,6%). Os demais locais apresentam as seguintes variações: Região Sudeste (-1,8%), Paraná (-0,5%), Pernambuco (-0,2%), regiões Sul (-0,1%) e Nordeste (-0,1%), Rio Grande do Sul (1,8%), Ceará (1,5%), Minas Gerais (1,2%) e Espírito Santo (0,5%).

O número total de horas pagas pelo setor industrial acumulou queda de 1,3% em 2002. Em dezembro, na comparação com novembro, a redução foi de 2,0%. Esse resultado é explicado, em parte, pelo menor número de dias trabalhados em dezembro. Assim, descontados os fatores sazonais, a queda ficou em 0,7%. Já na comparação com dezembro de 2001, a taxa foi nula, após dois meses de crescimento. Os indicadores da jornada média de trabalho foram negativos em todas as comparações: -0,4% no fechamento do ano e em relação a dezembro de 2001, e -0,9% na comparação com novembro.

Acompanhando a trajetória do emprego, o resultado acumulado em 2002 para o total das horas pagas permanece negativo, porém com reduções menos acentuadas do que as observadas no início do ano. Quatorze dos ramos investigados apresentaram reduções. A indústria de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-12,4%), realizou a maior pressão negativa, seguida por outros produtos da indústria de transformação (-6,2%). A principal influência positiva veio da indústria de alimentos e bebidas (4,6%). São Paulo (-3,6%) e Rio de Janeiro (-5,2%) foram os locais que mais pressionaram para o recuo nas horas pagas na indústria. Obtiveram queda, ainda, Minas Gerais (-1,5%) e Bahia (-1,4%). Santa Catarina, com crescimento de 3,1%, foi o destaque positivo.

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