Economia

Em meio a aperto fiscal, Ministério da Economia anuncia redução de gastos

Cortes limitam despesas e suspendem novas contratações neste ano com treinamento, consultorias, obras físicas, estágios, diárias e passagens internacionais

Ministério da Economia: pasta passa por medidas de ampla racionalização de gastos em meio ao aperto fiscal da União (Adriano Machado/Reuters)

Ministério da Economia: pasta passa por medidas de ampla racionalização de gastos em meio ao aperto fiscal da União (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 10h54.

Última atualização em 22 de agosto de 2019 às 19h58.

Brasília — O Ministério da Economia publicou portaria nesta quinta-feira em que adota medidas de ampla racionalização de gastos em meio ao aperto fiscal da União, limitando despesas e suspendendo novas contratações neste ano com treinamento, consultorias, obras físicas, estágios, diárias e passagens internacionais.

Entre os gastos afetados pela suspensão, também estão mão de obra terceirizada, desenvolvimento de software e soluções de informática, serviços de telefonia móvel e pacote de dados para servidores — exceto para atividades de fiscalização —, aquisição de bens e mobiliário e até insumos e máquinas de café.

O texto publicado no Diário Oficial ressalva que ficam resguardadas as contratações essenciais à segurança, saúde e acessibilidade dos imóveis e as despesas financiadas com recursos de doações, convênios e acordos em geral.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, também poderá autorizar exceções em caso de "relevância e urgência".

As restrições também valem para os órgãos integrantes da estrutura do Ministério da Economia, incluindo autarquias e fundações.

Além disso, a portaria estabeleceu que a partir do dia 26 deste mês o horário de funcionamento para todos os órgãos ligados a Economia será das 8h às 18h, o que não se aplicará aos serviços essenciais e ao funcionamento dos gabinetes do ministro, do secretário-executivo, secretários especiais, secretários e da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Gastos

O Ministério da Economia pretende economizar R$ 366 milhões neste ano com a redução de gastos anunciada nesta quinta-feira, 22, na estrutura da Pasta. A medida também prevê o remanejamento de R$ 1,8 bilhão em recursos para as atividades prioritárias do ministério, como os sistemas da Receita Federal e do INSS.

"Vamos pegar recursos de outras áreas para manter o funcionamento dos sistemas. Em princípio, vamos garantir funcionamentos da Receita Federal", garantiu o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys.

A secretária de gestão corporativa do Ministério da Economia, Danielle Santos de Souza Calazans, lembrou que o orçamento da pasta sofreu um contingenciamento de 34,8% neste ano. Segundo Guaranys, parte desses recursos pode ser desbloqueada se a arrecadação federal melhorar no segundo semestre.

"Estamos fazendo um esforço para manter o funcionamento das atividades, sem investimentos em ampliação e modernização", afirmou Danielle. "As atividades de fiscalização da Receita Federal e do Trabalho serão preservadas, assim como o sistema de pagamentos do INSS", acrescentou.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na semana passada, a falta de recursos poderia levar a Receita Federal a desligar todos os seus sistemas informatizados a partir do dia 25 de agosto.

Um aviso interno chegou a circular entre as áreas do órgão informando que, se não fossem liberadas mais verbas do orçamento os sistemas responsáveis por emissão de CPF e processamento de restituições de Imposto de Renda seriam desligados, entre outros.

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroMinistério da Economia

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto