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Elevação da Selic ainda tem efeito, diz Tombini

O presidente do Banco Central também afirma que a inflação está em direção à meta, cujo centro é 4,5%

A previsão do BC para a inflação deste ano é de 6,4%, apenas 0,1% abaixo do teto da meta (Álvaro Motta/Veja)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2011 às 12h05.

Curitiba - O processo de elevação da taxa de juros brasileira ocorrido no primeiro semestre deste ano ainda tem efeito na economia e a inflação já está na direção da meta, cujo centro é de 4,5 por cento, na avaliação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini .

Ele também afirmou que a redução da previsão do BC para o crescimento da economia, de 4 para 3,5 por cento neste ano, divulgada pela manhã no Relatório de Inflação, deve-se à moderação da atividade nacional somada ao quadro internacional complexo, e reiterou que o BC vai manter a atuação no mercado de câmbio se preciso.

"A recente reversão na política monetária tem defasagem. Temos ainda 125 pontos base de ajuste (de alta). A política monetária tem uma defasagem de seis a nove meses e parte dessa contração monetária ainda será sentida", afirmou Tombini em seminário na Federação das Indústrias do Estado do Paraná.

Citando dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), Tombini lembrou que a inflação de setembro está em 0,53 por cento, com uma média mensal nos últimos cinco meses de 0,335 por cento, número que anualizado fica em 4,1 por cento. "A inflação está sob controle, convergindo para o centro da meta em 2012."

"Já vemos um padrão de inflação mais em linha com a meta", acrescentou, ressaltando que o aumento da disponibilidade no crédito, tem pressionado a inflação.

A previsão do BC para a inflação deste ano é de 6,4 por cento, apenas 0,1 ponto abaixo do teto da meta, mas para 2012 é de 4,7 por cento, mais próximo do centro dela.

Cenário externo e câmbio

Tombini voltou a afirmar que a autoridade monetária vai manter a atuação no mercado de câmbio se for necessário.

"O Banco Central entrará nos mercados para assegurar o bom funcionamento dos vários segmentos do mercado de câmbio, para que essa crise não tenha maior impacto na economia brasileira, no caso do mercado de câmbio." Ele disse ainda que depreciações do real contribuem para uma melhor situação fiscal.


Tombini traçou um cenário mais difícil para a economia global, mas sustentou que o Brasil se preparou melhor e por isso está em situação mais confortável, apesar de a acomodação da atividade no país.

"Estamos em uma situação mais confortável do que a internacional," afirmou o presidente do BC. Parte disso, deve-se à maior regulação do sistema financeiro que o tornou "mitigador" dos choques internacionais de 2008 e 2009, na avaliação dele.

Sobre o recente arrefecimento da atividade brasileira e a revisão para baixo na previsão para o ano, Tombini disse que: "Já havia um processo de moderação da economia somado ao quadro internacional que passou processo de deterioração em julho e agosto". Ele classificou o cenário internacional de "hostil".

Tombini saudou a ampliação dos poderes do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) pelo parlamento da Alemanha por considerar que a proposta dá segurança aos mercados. "Mostra aos mercados que as dívidas são sustentáveis e financiáveis."

A crise na zona do euro está centrada na Grécia que ameaça declarar default na sua dívida, mas outros países pequenos como Portugal e Irlanda também estão com suas posições bastante fragilizadas. Os europeus, agora, querem blindar países como Itália e Espanha para evitar o contágio e o aprofundamento dos problemas.

Tombini avaliou que o cenário internacional continuará bastante complexo, citando análises feitas apontando para recessão na zona do euro no quarto trimestre de 2011 e nos EUA no primeiro de 2012.

Na avaliação dele, o aumento do endividamento dos países europeus e dos Estados Unidos contribuiu para uma crise de confiança. "E alastrou-se o contágio para a zona do euro e algumas instituições financeiras."

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Ele também afirmou que a redução da previsão do BC para o crescimento da economia, de 4 para 3,5 por cento neste ano, divulgada pela manhã no Relatório de Inflação, deve-se à moderação da atividade nacional somada ao quadro internacional complexo, e reiterou que o BC vai manter a atuação no mercado de câmbio se preciso.

"A recente reversão na política monetária tem defasagem. Temos ainda 125 pontos base de ajuste (de alta). A política monetária tem uma defasagem de seis a nove meses e parte dessa contração monetária ainda será sentida", afirmou Tombini em seminário na Federação das Indústrias do Estado do Paraná.

Citando dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), Tombini lembrou que a inflação de setembro está em 0,53 por cento, com uma média mensal nos últimos cinco meses de 0,335 por cento, número que anualizado fica em 4,1 por cento. "A inflação está sob controle, convergindo para o centro da meta em 2012."

"Já vemos um padrão de inflação mais em linha com a meta", acrescentou, ressaltando que o aumento da disponibilidade no crédito, tem pressionado a inflação.

A previsão do BC para a inflação deste ano é de 6,4 por cento, apenas 0,1 ponto abaixo do teto da meta, mas para 2012 é de 4,7 por cento, mais próximo do centro dela.

Cenário externo e câmbio

Tombini voltou a afirmar que a autoridade monetária vai manter a atuação no mercado de câmbio se for necessário.

"O Banco Central entrará nos mercados para assegurar o bom funcionamento dos vários segmentos do mercado de câmbio, para que essa crise não tenha maior impacto na economia brasileira, no caso do mercado de câmbio." Ele disse ainda que depreciações do real contribuem para uma melhor situação fiscal.


Tombini traçou um cenário mais difícil para a economia global, mas sustentou que o Brasil se preparou melhor e por isso está em situação mais confortável, apesar de a acomodação da atividade no país.

"Estamos em uma situação mais confortável do que a internacional," afirmou o presidente do BC. Parte disso, deve-se à maior regulação do sistema financeiro que o tornou "mitigador" dos choques internacionais de 2008 e 2009, na avaliação dele.

Sobre o recente arrefecimento da atividade brasileira e a revisão para baixo na previsão para o ano, Tombini disse que: "Já havia um processo de moderação da economia somado ao quadro internacional que passou processo de deterioração em julho e agosto". Ele classificou o cenário internacional de "hostil".

Tombini saudou a ampliação dos poderes do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) pelo parlamento da Alemanha por considerar que a proposta dá segurança aos mercados. "Mostra aos mercados que as dívidas são sustentáveis e financiáveis."

A crise na zona do euro está centrada na Grécia que ameaça declarar default na sua dívida, mas outros países pequenos como Portugal e Irlanda também estão com suas posições bastante fragilizadas. Os europeus, agora, querem blindar países como Itália e Espanha para evitar o contágio e o aprofundamento dos problemas.

Tombini avaliou que o cenário internacional continuará bastante complexo, citando análises feitas apontando para recessão na zona do euro no quarto trimestre de 2011 e nos EUA no primeiro de 2012.

Na avaliação dele, o aumento do endividamento dos países europeus e dos Estados Unidos contribuiu para uma crise de confiança. "E alastrou-se o contágio para a zona do euro e algumas instituições financeiras."

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