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Eletropaulo cancela projeto de armazenamento de energia

Desistência vem depois de a Aneel aprovar pedido de autorização para contrato de 29,7 mi junto à AES, que forneceria a solução

Eletropaulo: precisou pedir à Aneel um aval prévio ao negócio porque a AES é acionista da distribuidora (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Reuters

Publicado em 15 de março de 2018 às 17h33.

São Paulo - A distribuidora de energia elétrica Eletropaulo , responsável pelo fornecimento na região metropolitana de São Paulo , decidiu cancelar um projeto que previa a implementação de um sistema de armazenamento de eletricidade por meio de baterias em um bairro da capital paulista.

A desistência vem pouco depois de a Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel ) aprovar um pedido da empresa de autorização para um contrato de 29,7 milhões de reais junto à norte-americana AES, que forneceria a solução.

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"Devido a alterações no cenário de planejamento, o projeto em questão deixou de ser uma alternativa viável", afirmou a Eletropaulo em nota à Reuters.

A empresa havia dito à agência reguladora que a construção do sistema de armazenamento no bairro Vila Curuçá, na zona leste de São Paulo, permitiria adiar em quatro anos a necessidade de uma nova subestação na região, de 2023 para 2027.

Mas essa premissa se alterou devido a um crescimento maior do consumo de energia na região que receberia o sistema, segundo um documento mais recente da Eletropaulo à Aneel.

"O sistema de armazenamento teria eficácia para postergar os investimentos da construção da nova subestação por apenas um ano... Diante deste novo cenário, a aplicação do sistema de armazenamento de energia não se mostra a alternativa economicamente mais viável", explicou a companhia no documento.

A Eletropaulo precisou pedir à Aneel um aval prévio ao negócio porque a AES é acionista da distribuidora, com uma participação de quase 17 por cento, o que configuraria uma contratação entre partes relacionadas.

A elétrica disse em nota que segue analisando possíveis alternativas de uso de sistemas de baterias, "desde que exista viabilidade técnica e econômica".

Soluções para o setor elétrico com baterias têm crescido pelo mundo, o que colocou a tecnologia no radar até mesmo de empresas como a Tesla, de carros elétricos, que chegou a participar de uma licitação da Eletropaulo para o projeto cancelado em São Paulo.

No Brasil, no entanto, esses sistemas têm sido alvo por enquanto principalmente de projetos de pesquisa.

A elétrica mineira Cemig, por exemplo, pretende investir mais de 40 milhões de reais de verbas obrigatoriamente destinadas a projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para implementar soluções que envolvem armazenamento.

Uma das iniciativas da Cemig envolve o desenvolvimento de usinas solares fotovoltaicas associadas a baterias que utilizem produtos nacionais desenvolvidos durante a pesquisa. Outra prevê o desenvolvimento e construção de plantas piloto de armazenamento de eletricidade diretamente conectadas à rede de distribuição.

 

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