Mercado eleva projeções para inflação e dólar, mostra Focus
Para o dólar, o boletim do BC mostrou que os especialistas consultados passaram a ver uma cotação de 3,75 reais no final de 2018
Reuters
Publicado em 27 de agosto de 2018 às 09h04.
Última atualização em 27 de agosto de 2018 às 11h10.
São Paulo - As expectativas do mercado para a inflação neste ano e no próximo foram elevadas na pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira diante da perspectiva de um dólar mais alto em 2018.
Para este ano, a alta do IPCA é calculada no levantamento em 4,17 por cento, enquanto que para 2019 fica em 4,12 por cento, 0,02 ponto percentual a mais do que na semana anterior em ambos os casos.
Enquanto para 2018 o centro da meta oficial é de 4,50 por cento, para o próximo ano é de 4,25 por cento. Para ambos, entretanto, a margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Em agosto, a alta do IPCA-15 desacelerou a 0,13 por cento, ante 0,64 por cento em julho, menor nível para o mês em oito anos, levando o avanço em 12 meses para 4,30 por cento.
Para o dólar, o Focus mostrou que os especialistas consultados passaram a ver uma cotação de 3,75 reais no final de 2018, de 3,70 reais antes, depois de a moeda norte-americana ter terminado a semana passada no patamar de 4,10 reais. A projeção para o final de 2019 é de que o dólar encerre a 3,70 reais, sem alteração sobre o levantamento anterior.
Mesmo com a atual pressão do dólar, o nível baixo de inflação e as expectativas ancoradas mantêm o espaço para que o BC deixe os juros baixos, e os especialistas consultados mantiveram a visão de que a Selic fechará este ano no atual patamar e mínima histórica de 6,50 por cento, terminando 2019 a 8 por cento.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também vê a Selic a 6,5 por cento este ano, mas para o ano que vem elevou sua projeção a 7,75 por cento, de 7,63 por cento na mediana das estimativas da pesquisa anterior.
Já em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2018, houve ajuste para baixo a 1,47 por cento, de 1,49 por cento, com as contas para o aumento da produção industrial sofrendo forte corte a 2,61 por cento, de 2,73 por cento. Para 2019, entretanto, permanece a expectativa de expansão de 2,50 por cento do PIB.