Economia

Economista sugere que trabalhadores comprem robôs

Relatório do UniCredit examina o impacto que a robótica provocará nas economias e nas sociedades nos próximos anos


	Robô: relatório do UniCredit examina o impacto que a robótica provocará nas economias e nas sociedades nos próximos anos
 (Divulgação)

Robô: relatório do UniCredit examina o impacto que a robótica provocará nas economias e nas sociedades nos próximos anos (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2016 às 16h43.

“Trabalhadores do mundo, comprem robôs!”. Se Karl Marx ainda estivesse vivo, seria essa a palavra de ordem que ele proporia aos trabalhadores cujos empregos são ameaçados pela propagação da automação em fábricas e escritórios? Talvez não.

Mas mesmo assim seria um conselho sensato, segundo um estudo recente do economista Harm Bandholz, do UniCredit.

O relatório examina o impacto que a robótica provocará nas economias e nas sociedades nos próximos anos, oferecendo uma prescrição política um tanto surpreendente: para mitigar a ruptura causada pelo progresso tecnológico, os trabalhadores devem aumentar a apropriação dos meios de produção -- ou seja, dos robôs.

O quadro que o estudo pinta é familiar: à medida que mais e mais tarefas de rotina se automatizam, muitos empregos de baixa e média renda ficarão em risco, enquanto uma minoria de profissionais altamente qualificados colherá os benefícios do aumento da produtividade com uma remuneração mais elevada. Isso, em contrapartida, levará a um aumento da desigualdade, com efeitos sociais potencialmente devastadores.

A política normalmente prescrita é aumentar o investimento em educação. Mas isso não será suficiente para diminuir a diferença entre vencedores e perdedores da revolução da automação. Bandholz oferece outra resposta: “Espalhe a propriedade do capital para garantir uma distribuição mais equitativa da renda proporcionada por robôs”.

Bandholz ressalta que, no passado, os esforços para ampliar a participação do trabalhador -- como os planos de posse de ações para funcionários popularizado nos EUA durante os anos 1970 -- foram bem-sucedidos.

Quase 14 milhões de trabalhadores possuíam ações de suas próprias empresas em 2013. O fato de o número ter continuado crescendo sem a adição de novos incentivos políticos sugere que as empresas, e não apenas os funcionários, acharam a medida vantajosa.

A meta, neste caso, não seria colocar os trabalhadores no controle dos robôs, mas redistribuir de forma mais justa o valor agregado que eles criam.

“O principal objetivo da concessão de direitos de propriedade aos funcionários deve ser o de amortecer o impacto da queda da renda do trabalho, dando a eles acesso a rendimentos de capital em vez de tornar o processo de alocação de capital mais eficiente”, diz Bandholz.

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