Economia

Economia vai voltar a crescer já no 1º tri, apostam FGV e governo

Alta prevista de 0,1% seria a primeira após 8 trimestres seguidos (dois anos inteiros) de queda

Retomada seria resultado de "alento no balanço de riscos", segundo a FGV. (ThinkStock/violetkaipa)

Retomada seria resultado de "alento no balanço de riscos", segundo a FGV. (ThinkStock/violetkaipa)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 12h51.

Última atualização em 30 de janeiro de 2017 às 15h49.

São Paulo - A economia brasileira vai voltar a crescer já no 1º trimestre, de acordo com relatório do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A previsão é de alta de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) após o que devem ser 8 trimestres seguidos (dois anos inteiros) de queda.

O PIB do 4º trimestre só será divulgada em 07 de março, mas todos os indicadores disponíveis até o momento apontam para um número negativo.

Balanço de riscos

A perspectiva de retomada já no começo do ano seria resultado de um "alento no balanço de riscos", segundo a FGV.

A convergência da inflação em direção ao centro da meta está permitindo que o Banco Central relaxe a política monetária.

O corte da Selic em janeiro foi acelerado para "um novo ritmo" de 0,75 ponto percentual e o último Boletim Focus, divulgado hoje, prevê que a taxa termine o ano em 9,5%.

Outro ponto positivo foi a liberação dos recursos das contas inativas do FGTS que deve injetar o equivalente a R$ 30 bilhões na economia, o suficiente para levar o fator "consumo" de território neutro para levemente positivo, segundo o IBRE.

Outros fatores citados são uma boa safra agrícola, números mais positivos de produção industrial e a reversão da tendência de queda da confiança.

Um fator negativo é o desemprego, que deve continuar em trajetória de alta até pelo menos a metade do ano.

Entre as incertezas estão o impacto das medidas de Donald Trump nos Estados Unidos, o efeito da continuidade das investigações da Lava Jato e qual tipo de reforma da Previdência será aprovada.

"O caráter simbólico de sua aprovação é crucial pela sinalização aos agentes econômicos da disposição do meio político de perseguir o ajuste fiscal de forma consistente (...) se a reforma for aprovada nos moldes em que foi enviada ao Congresso, o impacto sobre a confiança será muito positivo", diz o texto.

Mesmo com retomada já no 1º tri, a previsão do IBRE é que o peso dos dados negativos de 2016 faça com que 2017 termine com apenas 0,3% de crescimento no balanço (veja outras previsões).

Fontes da equipe econômica ouvidas pelo Estadão dizem que o governo espera uma retomada de 0,3% a 0,5% já no 1º trimestre e que a previsão de crescimento de 1% em 2017 será mantida.

Se o governo revisar esse número, terá que definir também como vai cumprir a meta de déficit primário; a arrecadação em 2016 teve o pior resultado desde 2010.

 

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