Economia

Economia dos EUA mostra estagnação no 1º trimestre

Exportações caíram e as empresas acumularam estoques no ritmo mais lento em quase um ano


	Notas de dólar: Produto Interno Bruto dos EUA cresceu a uma taxa anual de 0,1 por cento nos três primeiros meses do ano, o ritmo mais fraco desde o quarto trimestre de 2012
 (Stock.xchng)

Notas de dólar: Produto Interno Bruto dos EUA cresceu a uma taxa anual de 0,1 por cento nos três primeiros meses do ano, o ritmo mais fraco desde o quarto trimestre de 2012 (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 10h25.

Washington - A economia dos Estados Unidos quase não cresceu no primeiro trimestre, uma vez que as exportações caíram e as empresas acumularam estoques no ritmo mais lento em quase um ano, mas a atividade já parece estar se recuperando.

O Produto Interno Bruto cresceu a uma taxa anual de 0,1 por cento nos três primeiros meses do ano, o ritmo mais fraco desde o quarto trimestre de 2012, informou o Departamento do Comércio nesta quarta-feira. Isso representou uma forte desaceleração ante o ritmo de 2,6 por cento registrado no quarto trimestre de 2013.

Economistas consultados pela Reuters esperavam que o crescimento desacelerasse para uma taxa de 1,2 por cento. O enfraquecimento refletiu em parte um inverno atipicamente frio e severo, marcado por quedas em setores desde gastos de empresas à construção de moradias.

A primeira estimativa de crescimento no primeiro trimestre do Departamento de Comércio foi divulgada apenas horas antes do Federal Reserve, o banco central dos EUA, concluir sua reunião de política de dois dias.

Embora o clima severo possa explicar parcialmente a fraqueza no crescimento, a magnitude da desaceleração pode complicar a mensagem do banco central, uma vez que o Fed deve anunciar mais uma redução na quantidade de dinheiro que está injetando na economia através de compras mensais de títulos.

A desaceleração no primeiro trimestre, no entanto, deve ser temporária, e dados recentes indicaram força no final do trimestre.

"Essa fraqueza não deve avançar para o segundo trimestre", disse o economista sênior do PNC Financial Services Gus Faucher.

Economistas projetam que o clima severo pode ter tirado até 1,4 ponto percentual do crescimento do PIB. O governo, no entanto, não deu detalhes sobre o impacto do clima.

Estoques

Após uma reestocagem agressiva no segundo semestre de 2013, as empresas acumularam 87,4 bilhões de dólares em estoques no primeiro trimestre, o menor volume desde o segundo trimestre do ano passado.

Isso representou uma moderação ante os 111,7 bilhões acumulados no quarto trimestre do ano passado. A desaceleração no reabastecimento de estoques subtraiu 0,57 ponto percentual do crescimento do PIB no primeiro trimestre.

O comércio também minou o crescimento, retirando 0,83 ponto percentual, em parte por causa do clima, que deixou produtos se acumulando em portos. As exportações caíram 7,6 por cento no primeiro trimestre, maior queda em cinco anos, após crescerem 9,5 por cento nos últimos três meses de 2013.

Juntos, o comércio e os estoques tiraram 1,4 ponto percentual do crescimento do PIB. Uma medida de demanda doméstica que elimina exportações e estoques expandiu a uma taxa de 1,5 por cento.

Os gastos de consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos Estados Unidos, cresceram a uma taxa de 3,0 por cento, refletindo uma disparada nos gastos com serviços ligados À demanda por aquecimento durante o inverno e ao decreto de saúde que expandiu a cobertura para muitos norte-americanos.

Os gastos com serviços cresceram no ritmo mais rápido desde o segundo trimestre de 2000. Entretanto, os gastos com bens tiveram forte desacelaração, indicando que as temperaturas frias reduziram as vistas a shoppings. Os gastos de consumidores haviam crescido 3,3 por cento no quarto trimestre.

O clima severo também limitou o gasto de empresas com equipamentos. Embora investimentos em estruturas não residenciais, como perfuração de gás, tenham se recuperado, o crescimento foi pequeno. Os gastos das empresas com equipamentos caíram no ritmo mais forte em quase cinco anos.

O investimento em construção de moradias contraiu pelo segundo trimestre, em parte por causa do clima. Um aumento nas taxas hipotecárias durante o ano passado também pesou.

Atualizado às 10h25

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