Economia

Economia do Brasil não traz “boas surpresas”

Índice lançado pelo Itaú Unibanco mostrou que Colômbia também desaponta, enquanto México é “surpreendente”


	Cidade do México: índice que agrega os dados dos cinco países subiu até fevereiro, guiado por boas surpresas no México, segundo o estudo
 (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Cidade do México: índice que agrega os dados dos cinco países subiu até fevereiro, guiado por boas surpresas no México, segundo o estudo (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2012 às 15h22.

São Paulo - Brasil e Colômbia tem entregado desilusões, enquanto o México tem sido uma fonte de boas surpresas, segundo o Itaú Unibanco. Isso é o que mostra o novo índice criado pela equipe de macroeconomia do banco, que compara as tendências nos índices econômicos de Brasil, México, Chile, Colômbia e Peru com as expectativas dos analistas desses mercados.  

O índice, chamado de “Itaú Surprise Index Latam” (algo como índice de surpresa), mostra que o período entre 2006 e 2008 entregou boas surpresas rotineiramente. “Também foi um período de rápido crescimento que os modelos, aparentemente, falharam em antecipar”, afirma o estudo, feito pela equipe de macroeconomia do banco.

O índice que agrega os dados dos cinco países (com peso maior para o de maior PIB, no caso, o Brasil) subiu até fevereiro, guiado por boas surpresas no México, segundo o estudo. O segundo trimestre foi um período de leituras negativas – as economias brasileira e colombiana entregaram grandes decepções, de acordo com o relatório. 

A economia brasileira desapontou as expectativas de março a junho, segundo o estudo. O PIB esteve abaixo das expectativas no primeiro e no segundo trimestres, segundo o relatório. No segundo trimestre, o PIB brasileiro cresceu 0,4% - o próprio Itaú Unibanco, dentre outras instituições financeiras, esperava um crescimento de 0,5%. 

O índice de surpresa de maio foi o mais baixo desde a crise de 2008 (a análise foi feita desde 2005).  Para julho, apenas 36% dos dados analisados no índice foram divulgados. Com base neles, o banco acredita que é possível detectar um cenário de melhora. O retorno seria melhor se não fossem os resultados de exportações e importações piores que o esperado, segundo o banco. Essa subida, se confirmada, poderia indicar o fim das seguidas revisões para baixo das expectativas de crescimento do PIB em 2012 dadas pelo Focus (atualmente em 1,64%).

O índice de surpresa da Colômbia registrou um recorde de baixa em maio. “Os analistas tem sido muito otimistas sobre a atividade na Colômbia desde novembro de 2011”, afirma o relatório. Em junho, boas surpresas na produção industrial e vendas no varejo levaram a um leve ganho, mas o índice segue abaixo de zero (Na comparação entre dados e expectativas, o resultado acima de zero é positivo). As expectativas de crescimento do PIB desse ano foram reduzidas de 5,0%, quatro meses atrás, para 4,4%. 

Enquanto as expectativas em relação ao PIB brasileiro e colombiano caem, no México a situação é inversa. A expectativa dos analistas para o crescimento do PIB passou de 3,3% em janeiro para 3,7%. Recentemente, o índice reclinou em decorrência da produção industrial e das vendas no varejo, mas segue acima de zero. O estudo destacou que a economia mexicana entregou boas surpresas por 12 meses seguidos.

Os dados foram construídos com base nos indicadores de atividade fornecidos pela pesquisa da Bloomberg e o peso de cada indicador depende de sua importância para a economia. 

Leia também Brasil ou México, quem vai crescer mais?

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBancosColômbiaDados de BrasilEmpresasEmpresas brasileirasIndicadores econômicosItaúMéxicoPIB

Mais de Economia

Corte anunciado por Haddad é suficiente para cumprir meta fiscal? Economistas avaliam

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Haddad anuncia corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir arcabouço e meta fiscal

Mais na Exame