A OCDE destaca que o Brasil precisa de investimentos em infraestrutura (Mario Rodrigues/Veja SP)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2011 às 14h17.
Paris - A economia brasileira está experimentando um arrefecimento por causa da deterioração do contexto internacional e essa mudança se traduzirá em crescimento de 3,4% neste ano e de 3,2% em 2012, detalha nesta segunda-feira a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Parte do relatório semestral de perspectivas, os números representam uma revisão para baixo das expectativas que o mesmo organismo apresentou em maio, quando projetou uma progressão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 4,1% em 2011 e de 4,5% em 2012.
Em um capítulo dedicado as economias emergentes, a organização, que prevê aumento do PIB do Brasil de 3,9% em 2013, a OCDE destaca que a demanda interna será o motor da economia brasileira, graças à expansão do crédito e ao aumento da receita do trabalho, e em menor medida do investimento.
Na avaliação do organismo, após as medidas de estímulo aplicadas para combater a crise em 2008-2009, a prioridade deve continuar sendo o ajuste fiscal, ao mesmo tempo em que confia em que apesar do 'amplo aumento do salário mínimo' planejado para o próximo ano os objetivos sejam cumpridos.
'Levando em consideração as necessidades de médio e longo prazo, a despesa social e em infraestrutura deveria continuar recebendo proteção dos cortes orçamentários'.
Na estimativa do organismo, a inflação deve tocar o teto neste ano e atingir 6,5%. Para o próximo ano, deve moderar-se para 5,8% de média e, para 2013, recuar a 4,7%.
Nesse contexto, considera que há margem para diminuir as taxas de juros se o cenário econômico internacional se mantém com a atual tendência recuo.
De fato, lembra que o principal risco ao cenário é a deterioração do contexto externo, que entre outros pontos poderia inverter o movimento da entrada de capitais.
Em caso de isso se materializar, a OCDE aconselha uma série de reformas para o Brasil: em primeiro lugar estímulo da política monetária, que poderia ser acompanhada de incentivos fiscais. Estes últimos, no entanto, deveriam ter garantias de consolidação fiscal no médio prazo, para garantir a sustentabilidade das finanças públicas e da Seguridade Social.
Os autores do relatório pedem às autoridades que simplifiquem o sistema fiscal e apostem em aplicar algum tipo de retenção nas relações de empregados e harmonizar os impostos sobre o valor agregado dos estados.
Ao invés de uma nova política industrial, enaltecem medidas que reduzam de forma duradoura os custos de produção no Brasil, simplificando o sistema fiscal e desenvolvendo infraestruturas para diminuir o impacto dos transportes.