Mulher compra batatas de uma barraca na cidade de al-Qardaha, próxima de Lataquia, na Síria (Khaled al-Hariri/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2014 às 16h46.
Amã - A economia da Síria, abalada por mais de três anos de guerra civil, está encolhendo rapidamente à medida que a produção da indústria e agricultura caem, e isso está conduzindo quase dois terços da população à extrema pobreza, de acordo com um relatório encomendado pela ONU e divulgado nesta quarta-feira.
O estudo, conduzido pelo Centro Sírio para Pesquisa de Políticas, com sede em Damasco, e patrocinado pela Organização das Nações Unidas e Fundo Monetário Internacional (FMI), estima em 40 por cento a contração do PIB desde o início do conflito, em 2011.
Quase metade da força de trabalho da Síria, de 5 milhões de pessoas, está desempregada.
"O ritmo da contração na economia acelerou agora", disse o pesquisador Zaki Mechy à Reuters. As perdas foram estimadas em 143,8 bilhões de dólares, uma cifra que, segundo o relatório, se baseia na estimativa de danos a residências e prédios públicos.
Especialistas disseram que é muito cedo para ter uma avaliação mais precisa, já que as áreas mais fortemente afetadas são ainda zonas de combate.
Um grande golpe nos recursos financeiros de Assad foi a perda da maior parte da produção de petróleo da Síria, de cerca de 400.000 barris por dia, já que as regiões do leste do país estão na maior parte sob controle rebelde.
O governo agora obtém meros 16.500 bpd de petróleo, mas a queda na produção de gás foi menos severa.
O relatório assinala que a Síria, anteriormente um país de renda baixa, com PIB de 67 bilhões de dólares antes da crise e que crescia rapidamente e era alvo de crescentes investimentos, está agora transformado em uma nação de "pessoas pobres".
Três em cada quatro sírios viviam na pobreza no final de 2013 e mais da metade de seus quase 20 milhões de habitantes, muitos espalhados por campos de refugiados no exterior, empobreceu e está sobrevivendo em condições de extrema pobreza.