Economia

Economia chinesa cresceu mais do que o previsto no 2º tri

O PIB chinês teve uma expansão de 6,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2015


	PIB: "A economia nacional se desenvolveu de forma moderada, mas estável e saudável", afirmou a ONS
 (AFP)

PIB: "A economia nacional se desenvolveu de forma moderada, mas estável e saudável", afirmou a ONS (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2016 às 13h52.

A economia chinesa voltou a crescer mais do que previsto no segundo trimestre, nutrindo a esperança de que a desaceleração da segunda maior economia mundial se estabilize, mas sem superar as preocupações com o recuo do investimento privado.

O PIB chinês teve uma expansão de 6,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2015, um nível idêntico ao dos três primeiros meses do ano, anunciou nesta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatísticas (ONS).

O crescimento do período abril-junho supera a previsão média de um painel de 17 analistas, que apontaram uma expansão de 6,6%.

"A economia nacional se desenvolveu de forma moderada, mas estável e saudável", afirmou a ONS, ratificando a meta de crescimento do PIB de 6,5% a 7% e, 2016.

A confiança nos dados oficiais é, entretanto, questionada pela rapidez de sua divulgação, apenas duas semanas depois do final de um trimestre, enquanto as economias avançadas precisam de vários meses para avaliar os dados.

Em 2015, a economia chinesa teve uma expansão de 6,9%, a mais baixa em 25 anos.

Boa surpresa

O dado do segundo trimestre "é uma boa surpresa, não há dúvida. Mas acho que se deve a uma aceleração significativa do crescimento do crédito", declarou Klaus Baader, economista-chefe do banco Société Générale em Hong Kong.

"A China caminha para alcançar sua meta de crescimento", estimou Haibin Zhu, economista-chefe da JP Morgan, que contrapôs a produção industrial que continua "muito forte" ao fraco investimento privado.

Pequim está mudando seu modelo econômico, tentando concentrá-lo na expansão do consumo interno após anos de crescimento alimentado pelos investimentos e as exportações.

As vendas, que indicam o consumo das famílias, aumentaram 10,6% em junho, informou o Escritório de Estatísticas, e os investimentos em bens de capital fixo, indicador do gasto público, aumentaram em 9% no primeiro semestre.

O porta-voz da ONS, Sheng Laiyun, destacou também que o consumo representou 73,3% do PIB no primeiro semestre, e os investimentos, 37%.

"A demanda interna continua sendo o fator chave de apoio ao crescimento estável da economia chinesa", declarou. A parte dos serviços no PIB subiu 54,1%, ou seja 1,8% a mais do que no primeiro semestre do ano anterior.

Preocupação com o setor privado

O investimento privado recuou claramente ao longo do primeiro semestre, passando de 3,9% em maio para 2,8% em junho.

O porta-voz atribuiu esse retrocesso ao excesso de capacidades das indústrias tradicionais e as dificuldades das empresas privadas para ter acesso a alguns mercados e aos empréstimos bancários.

"O maior motivo de preocupação é a queda atual do investimento no setor privado, claro sinal de que as empresas estão ansiosas pela conjuntura e pelo fracasso do governo em implementar as reformas prometidas", considera Tom Rafferty, da Economiste Intelligence Unit.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaIndicadores econômicosPIB

Mais de Economia

Governo Milei anuncia venda de dólares no câmbio paralelo argentino

Argentina volta a ter alta de inflação em junho; acumulado de 12 meses chega a 271,5%

Com alíquota de 26,5%, Brasil deve ter um dos maiores IVAs do mundo; veja ranking

Haddad declara ser favorável à autonomia financeira do Banco Central

Mais na Exame