Economia

Economia brasileira perde fôlego no 2º trimestre

Especialista da Serasa Experian diz que tendência natural é a desaceleração, provocada pelo fim da isenção fiscal e o aperto monetário

Fim da isenção do IPI sobre automóveis freou crescimento da indústria e do consumo das famílias (.)

Fim da isenção do IPI sobre automóveis freou crescimento da indústria e do consumo das famílias (.)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2010 às 11h45.

São Paulo - A economia brasileira não vai repetir a dose de intenso crescimento observado no primeiro trimestre do ano. O indicador da Serasa Experian que mede a evolução da atividade econômica registrou crescimento de apenas 0,1% em abril, com relação a maio. Este resultado é considerado um "sinal de desaceleração", segundo Luiz Rabi, economista da Serasa.

A perda de fôlego (em março, o crescimento havia sido de 1,2%) reflete principalmente a retirada de incentivos fiscais sobre a produção de automóveis e outros bens de consumo. "Já podemos ver o caminho inverso sendo tomado. Se os incentivos tinham a intenção de aquecer a economia, é natural que a retirada promova estes efeitos", diz Rabi.

O indicador da Serasa mostra que, pelo lado da oferta agregada, a atividade industrial caiu 1,8% na comparação com o terceiro mês do ano. Houve ainda ligeira queda, de 0,1%, no setor de serviços. O único segmento em alta, e que, segundo Rabi, deve manter o bom desempenho durante o ano todo, foi a agropecuária, com crescimento de 3,75%.

As explicações para o avanço modesto no indicador param por aí. Para o economista, o ciclo de alta dos juros que o Banco Central iniciou em abril ainda não surte efeito na contenção do crescimento. "O aperto monetário vai garantir que o desaquecimento continue na segunda metade do ano, afetando principalmente o consumo."

Pelo lado da demanda, houve queda de atividade em todos os setores, exceto nos gastos do governo, que registraram comportamento estável, crescendo 0,6%. "Novamente, por causa do fim de incentivos como a isenção do IPI, já notamos uma desaceleração em setores como o consumo das famílias, que caiu 0,9% em abril", afirma Rabi.

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