Economia

Economia brasileira cresce pouco e indica 3º tri fraco

Pode ter havido até mesmo uma pequena contração no terceiro trimestre


	Economia: "crescimento econômico vai desacelerar visivelmente durante o terceiro trimestre após a sólida performance do segundo trimestre", afirmou o economista-sênior do Goldman Sachs
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Economia: "crescimento econômico vai desacelerar visivelmente durante o terceiro trimestre após a sólida performance do segundo trimestre", afirmou o economista-sênior do Goldman Sachs (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2013 às 14h31.

São Paulo - A economia brasileira cresceu menos do que o esperado em agosto, indicando que pode ter havido até mesmo uma pequena contração no terceiro trimestre.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta mensal de 0,08 por cento em agosto, após registrar contração de 0,34 por cento no mês anterior, refletindo sinais mistos sobre a atividade econômica diante do crescimento surpreendente do varejo e da estagnação da indústria.

"O crescimento econômico vai desacelerar visivelmente durante o terceiro trimestre após a sólida performance do segundo trimestre", afirmou o economista-sênior do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em nota.

Analistas consultados pela Reuters esperavam alta mensal de 0,20 por cento em agosto, de acordo com a mediana de 22 projeções.

O BC informou ainda que o IBC-Br mostrou alta de 1,72 por cento na comparação com agosto de 2012 e acumula, em 12 meses, avanço de 2,31 por cento.

"Com o resultado apontado pelo indicador... mantemos, por ora, a expectativa de ligeira retração na margem da economia brasileira no terceiro trimestre, após forte expansão no segundo trimestre", afirmou em relatório o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros.

O dado de agosto mostra o menor crescimento entre os cinco meses nos quais o IBC-Br registrou expansão neste ano até agora --nos outros três meses houve contração.

No período de abril a junho, o PIB registrou crescimento de 1,5 por cento sobre o trimestre anterior, mas a economia não conseguiu manter o ímpeto nos meses seguintes, com sinais mistos.


Em agosto, as vendas no varejo subiram 0,9 por cento, com desempenho positivo em oito de 10 atividades. Mas a indústria não mostrou força. A produção industrial mensal ficou estagnada, marcando o segundo mês sem crescimento, afetada sobretudo pelo segmento de bens de consumo, apesar do bom desempenho dos bens de capital.

A consultoria LCA projeta que o IBC-Br de setembro tenha ficado em 0,3 por cento ante agosto, o que sinalizará um desempenho bem fraco da economia no terceiro trimestre com leve chance de contração da atividade.

No Relatório Trimestral de Inflação, o BC projeta que a economia brasileira deverá crescer 2,5 por cento neste ano, taxa muito próxima à estimada por economistas de instituições financeiras, segundo a pesquisa Focus do BC, de 2,48 por cento.

O resultado ruim do IBC-Br de agosto influenciava o mercado de juros futuros nesta quarta-feira, com DIs registrando leves quedas diante da possibilidade de a economia mais fraca reduzir a pressão sobre a inflação e, desta maneira, minimizar as chances de um ciclo de aperto monetário mais intenso.

Em abril, a Selic estava na mínima histórica de 7,25 por cento, mas o BC começou a elevá-la até o atual patamar de 9,5 por cento ao ano e, segundo expectativas de boa parte dos agentes econômicos, a taxa básica de juros deve voltar ao patamar de 10 por cento em novembro.

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