Inflação: BC reduziu suas projeções de inflação para este ano e o próximo, apesar de ainda continuarem acima da meta do governo, de 4,5% (Arquivo)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2013 às 09h30.
São Paulo - O Banco Central sinalizou nesta quinta-feira que deve continuar com o ritmo de alta dos juros ao afirmar, por meio da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que é "apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso".
"O Copom pondera que a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência", trouxe a ata.
Ao mesmo tempo, o BC reduziu suas projeções de inflação para este ano e o próximo, apesar de ainda continuarem acima da meta do governo, de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
Para combater a inflação, o Copom elevou a Selic em 0,5 ponto percentual --pela quarta vez seguida-- para 9,5 por cento na semana passada, quando já indicou que manteria o passo. Isso porque repetiu o comunicado utilizado nas três reuniões anteriores para justificar sua decisão.
Assim, boa parte dos agentes econômicos entendeu que a Selic pode subir para 10 por cento na próxima reunião do Copom, em novembro. A expectativa de que a Selic possa voltar ao patamar de dois dígitos, algo que não ocorre desde janeiro de 2012, e que este ciclo de aperto possa se estender por mais tempo tem crescido entre os agentes econômicos.
"O sinal é de que pretendem manter o ritmo de elevação da taxa, ou seja, mais 0,50 ponto percentual na próxima reunião... Eles permanecem relativamente 'hawkish', o que é bom porque vai ajudar o banco a consolidar uma visão mais benigna para a inflação", afirmou o economista-chefe para América Latina ING, Gustavo Rangel.
Na ata publicada mais cedo, o BC reduziu suas projeções sobre a inflação em 2013 e em 2014 no cenário de referência, mas permanecendo acima da meta. Para o terceiro trimestre de 2015, a inflação estimada pelo BC "se posiciona acima da meta".
Apesar dos recentes sinais de arrefecimento, a inflação no Brasil ainda flerta com o teto da meta do governo. Pesquisa da Reuters mostrou que, pela mediana dos analistas consultados, o IPCA-15 --prévia da inflação oficial do país-- deve subir 0,41 por cento em outubro e, em 12 meses, ir a 5,69 por cento.
Este patamar deve ser a mínima do ano e a expectativa é de que, no máximo ele permaneça estável.