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Dólar sobe ante real, de olho em China, EUA e BC brasileiro

Investidores também seguiam atentos às perspectivas para a política monetária dos EUA e aos desdobramentos da corrida presidencial brasileira

Câmbio: às 11h32, a moeda norte-americana subia 0,62%, a 2,3875 reais na venda (Bruno Domingos/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 11h55.

São Paulo - O dólar avançava em direção aos 2,40 reais nesta segunda-feira, com os investidores preocupados com o crescimento da China, alimentando a aversão ao risco nos mercados globais, e com a cena eleitoral no Brasil ainda pensando.

Com isso, a moeda norte-americana renovava as máximas em sete meses, mantendo vivas as expectativas de que o Banco Central intensifique suas atuações no câmbio para evitar impactos inflacionários da alta da divisa.

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Às 11h32, o dólar subia 0,62 por cento, a 2,3875 reais na venda. Na máxima da sessão, atingiu 2,3913 reais, maior nível intradia desde 20 de fevereiro, quanto alcançou 2,3957 reais.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 160 milhões de dólares.

"Como temos uma perspectiva bastante incerta aqui no Brasil, por causa das eleições, qualquer susto no exterior gera um impacto importante aqui. O mercado fica mais volátil", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

O ministro das Finanças da China, Lou Jiwei, afirmou no fim de semana que o país não vai alterar dramaticamente sua política econômica por causa de um único indicador econômico, frustrando as expectativas no mercado de novos estímulos econômicos.

Os investidores aguardam agora a divulgação do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar da indústria chinesa nesta noite, e temem que o dado possa mostrar perda de força.

Nesse contexto, a divisa norte-americana subia contra moedas como o peso mexicano e o rand sul-africano.

No Brasil, dúvidas sobre quando os juros norte-americanos começarão a subir e pesquisas eleitorais têm impulsionado a divisa dos EUA nas últimas semanas, alimentando expectativas de que o BC brasileiro poderia aumentar a rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, para evitar mais altas do dólar.

Até agora, a autoridade monetária manteve a oferta de até 6 mil contratos no processo de rolagem do lote que vence em 1º de outubro, como fará nesta sessão. Ao todo, o BC já rolou cerca de 44 por cento do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares.

Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas atuações diárias, todos com vencimento em 1º de junho de 2015 e volume equivalente a 198,3 milhões de dólares. O BC também ofertou contratos para 1º de setembro de 2015, mas não vendeu nenhum.

"Essa ausência do BC está deixando o mercado confuso, mas a expectativa ainda é que, se o dólar continuar nesses patamares, ele aumente as rolagens", afirmou o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

Investidores se preparam para as próximas pesquisas eleitorais, com destaque para os levantamentos do Ibope --que pode ser divulgada a partir do dia 23 agora-- e do Datafolha, no final da semana.

As últimas pesquisas eleitorais têm mostrado, num esperado segundo turno, a ex-senadora Marina Silva (PSB) em empate técnico com a presidente Dilma Rousseff (PT), que sido alvo de críticas do mercado pela condução da atual política econômica.

Atualizado às 11h55

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