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Dólar e estoques altos projetam Natal fraco

Expectativa é que o volume de vendas cresça 4,5% no Natal em relação à mesma data de 2012

Compras de Natal: projeção de crecimento é praticamente a metade da alta no Natal de 2012 (8,1%)  (Ian Gavan/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2013 às 15h26.

São Paulo - A disparada do dólar e a desaceleração de vendas no varejo complicaram as negociações entre indústria e comércio para o fim do ano e derrubaram as projeções para o Natal. A expectativa é que o volume de vendas cresça 4,5% no Natal em relação à mesma data de 2012, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). É praticamente a metade da alta no Natal de 2012 (8,1%) e a menor variação para a data em quase dez anos.

"Há possibilidade de que essa taxa de crescimento seja ainda menor por causa do avanço do câmbio, que pressiona os preços", diz o economista da CNC, Fábio Bentes. Ele considera nas suas contas o dólar a R$ 2,30, a mediana das projeções do mercado, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central. Na sexta-feira, o câmbio fechou a R$ 2,35, acumulando alta de 15,21% no ano e de 17,68% desde abril.

As encomendas de fim de ano do varejo para a indústria começam a ser fechadas no mês que vem num cenário turbulento, que combina forte pressão de custos, provocada pela subida do dólar, com desaceleração de vendas no varejo e acúmulo de estoques indesejados na indústria.

"O momento é ingrato para fechar os pedidos", resume o diretor de Pesquisa Econômica da GO Associados, Fabio Silveira. Em junho e julho, os preços dos insumos industriais acumulam alta de 4% em reais, mostra o indicador elaborado pela consultoria a partir de 13 itens, a maioria deles matérias-primas.

Além das altas já ocorridas, as pressões de preço continuam. A CSN, por exemplo, anunciou reajuste entre 5,5% e 6,75% do aço neste mês. A Braskem, gigante na produção de resinas plásticas usadas em embalagens e nos eletroeletrônicos, elevou em 5%, em média, os preços em julho por causa da alta da nafta, cotada em dólar, conta o vice-presidente de Poliolefinas e Renováveis, Luciano Guidolin. "Deveremos ter uma complementação desse reajuste este mês de 4% a 5%."

Segundo um industrial que prefere não ser identificado, fazia muito tempo que não ocorriam tantos reajustes de preços de insumos simultaneamente. Um segmento no qual a pressão do dólar logo aparece é na linha de aparelhos de áudio e vídeo. Mais da metade dos componentes usados nas TVs, por exemplo, é importada.

"O reajuste é inevitável", diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros, associação de fabricantes de eletroeletrônicos. Segundo ele, "alguma coisa" vai chegar no preço ao consumidor, pois a indústria tem limite para absorver alta de custo.

"Não mexemos nos custos ainda, mas, dependendo da flutuação do dólar, poderemos aumentar preços", diz a gerente de marketing de Home Entertainment da LG Electronics do Brasil, Fernanda Summa, fazendo referência aos televisores.

Contrapeso. Apesar de a indústria se declarar "no limite" para absorver aumentos de custos sem repassar para os preços, ela carrega um contrapeso que pode ser um fator desfavorável nas negociações com o varejo: o aumento de estoques.

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, desde abril, as fábricas acumulam um volume indesejado de produtos acabados. Esse acúmulo é nítido nas indústrias de grande porte. Em julho, último dado disponível, o indicador de estoques atingiu 54,5 pontos, a maior marca desde junho de 2012.

Acima de 50, o índice revela acúmulo e abaixo dessa marca, redução. "O estímulo à produção que viria com as encomendas de Natal deve ser atenuado pelo peso dos estoques", diz Renato da Fonseca, gerente de Pesquisa da CNI. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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"Há possibilidade de que essa taxa de crescimento seja ainda menor por causa do avanço do câmbio, que pressiona os preços", diz o economista da CNC, Fábio Bentes. Ele considera nas suas contas o dólar a R$ 2,30, a mediana das projeções do mercado, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central. Na sexta-feira, o câmbio fechou a R$ 2,35, acumulando alta de 15,21% no ano e de 17,68% desde abril.

As encomendas de fim de ano do varejo para a indústria começam a ser fechadas no mês que vem num cenário turbulento, que combina forte pressão de custos, provocada pela subida do dólar, com desaceleração de vendas no varejo e acúmulo de estoques indesejados na indústria.

"O momento é ingrato para fechar os pedidos", resume o diretor de Pesquisa Econômica da GO Associados, Fabio Silveira. Em junho e julho, os preços dos insumos industriais acumulam alta de 4% em reais, mostra o indicador elaborado pela consultoria a partir de 13 itens, a maioria deles matérias-primas.

Além das altas já ocorridas, as pressões de preço continuam. A CSN, por exemplo, anunciou reajuste entre 5,5% e 6,75% do aço neste mês. A Braskem, gigante na produção de resinas plásticas usadas em embalagens e nos eletroeletrônicos, elevou em 5%, em média, os preços em julho por causa da alta da nafta, cotada em dólar, conta o vice-presidente de Poliolefinas e Renováveis, Luciano Guidolin. "Deveremos ter uma complementação desse reajuste este mês de 4% a 5%."

Segundo um industrial que prefere não ser identificado, fazia muito tempo que não ocorriam tantos reajustes de preços de insumos simultaneamente. Um segmento no qual a pressão do dólar logo aparece é na linha de aparelhos de áudio e vídeo. Mais da metade dos componentes usados nas TVs, por exemplo, é importada.

"O reajuste é inevitável", diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros, associação de fabricantes de eletroeletrônicos. Segundo ele, "alguma coisa" vai chegar no preço ao consumidor, pois a indústria tem limite para absorver alta de custo.

"Não mexemos nos custos ainda, mas, dependendo da flutuação do dólar, poderemos aumentar preços", diz a gerente de marketing de Home Entertainment da LG Electronics do Brasil, Fernanda Summa, fazendo referência aos televisores.

Contrapeso. Apesar de a indústria se declarar "no limite" para absorver aumentos de custos sem repassar para os preços, ela carrega um contrapeso que pode ser um fator desfavorável nas negociações com o varejo: o aumento de estoques.

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, desde abril, as fábricas acumulam um volume indesejado de produtos acabados. Esse acúmulo é nítido nas indústrias de grande porte. Em julho, último dado disponível, o indicador de estoques atingiu 54,5 pontos, a maior marca desde junho de 2012.

Acima de 50, o índice revela acúmulo e abaixo dessa marca, redução. "O estímulo à produção que viria com as encomendas de Natal deve ser atenuado pelo peso dos estoques", diz Renato da Fonseca, gerente de Pesquisa da CNI. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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