São Paulo - O dólar acelerou a sua valorização ante o real nesta sexta-feira, 17, depois de passar a valorizar-se perante o euro e o iene.

A virada nas duas principais moedas ocorreu depois de os Estados Unidos divulgarem que o núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,2% em junho ante maio, exatamente como previam as estimativas.

Eles também divulgaram que a alta anual de 0,1% no CPI em junho é o primeiro aumento desde dezembro do ano passado.

Logo depois da divulgação do indicador, os sinais mistos exibidos por divisas de países emergentes e ligados a commodities deixaram de existir.

A moeda americana passou a se valorizar frente a moedas como o peso mexicano e acentuou a alta perante o dólar australiano e canadense, por exemplo.

Às 9h36, o dólar à vista estava na máxima com uma alta de 0,60% ante o real e estava cotado a R$ 3,1720. Na BM&FBovespa, o dólar para agosto deste ano subia um pouco menos (+0,36%) e estava cotado a R$ 3,1875.

Mais cedo, o Banco Central divulgou que o IBC-Br de maio, tido como sinalizador para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), veio dentro do intervalo esperado do AE Projeções, mas abaixo da mediana das projeções.

O indicador mostrou uma alta de 0,03% em maio ante abril. A mediana estimava +0,10%.

No radar político, os analistas aguardam os desdobramentos da divulgação de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria recebido propina de R$ 5 milhões.

A revelação foi feita ontem à noite e levou Cunha a dizer que vai romper com o governo Dilma. Investigadores da Operação Lava Jato acreditam que rastreando as contas secretas abertas em nome de empresas offshore do lobista do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, será possível comprovar o pagamento dessa propina.

Sobre o Brasil, o IBGE divulgou outro dado que mostra a fraqueza da atividade econômica. O emprego industrial caiu 1% em maio ante abril, acumulando um recuo de 5% no ano e de 4,4% em 12 meses.

No cenário externo, uma boa notícia sobre a situação da Grécia. Há instantes, o parlamento alemão deu ao governo um mandato para iniciar negociações sobre resgate à Grécia.