Economia

Dividido, BC reduz Selic para 7,25% e indica fim de ciclo

Segundo avaliações de especialistas, a autoridade monetária encerrou o ciclo de afrouxamento monetário iniciado há pouco mais de um ano


	Copom: a última divergência no Copom ocorreu na reunião de 7 de marco de 2012, quando a Selic estava em 10,50 por cento ao ano
 (Agência Brasil)

Copom: a última divergência no Copom ocorreu na reunião de 7 de marco de 2012, quando a Selic estava em 10,50 por cento ao ano (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2012 às 22h58.

Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu nesta quarta-feira, em decisão não unânime, a Selic em 0,25 ponto percentual, para 7,25 por cento ao ano, novo recorde histórico de baixa.

Segundo avaliações de especialistas, a autoridade monetária encerrou o ciclo de afrouxamento monetário iniciado há pouco mais de um ano.

"Considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear", informou o Copom por meio de nota.

Pesquisa da Reuters mostrou na semana passada que 28 de 45 analistas consultados previam manutenção da taxa básica de juros em 7,50 por cento, sendo que o restante esperava um corte de 0,25 ponto percentual.

A decisão foi dividida, com cinco membros do Copom votando pela redução dos juros e três, pela manutenção, sendo eles Anthero Meirelles (Fiscalização), Carlos Hamilton Vasconcelos (Política Econômica) e Sidnei Corrêa Marques (Organização do Sistema Financeiro).

A última divergência no Copom ocorreu na reunião de 7 de marco de 2012, quando a Selic estava em 10,50 por cento ao ano. Naquele momento, cinco membros votaram pela redução para 9,75 por cento, enquanto dois optaram pela redução para 10 por cento.


A equipe do banco Nomura, por meio de nota, ressaltou que a expressão "estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado" usada pelo BC indica que o ciclo de cortes da Selic chegou ao fim. Outros especialistas concordam com a análise e acreditam que somente no próximo ano, a taxa poderia ser alterada novamente.

"O Banco Central deve interromper agora os cortes da Selic e a taxa deve continuar em 7,25 por cento por um bom tempo... No nosso cenário, o BC só voltaria a subir a Selic no segundo semestre de 2013, em agosto ou outubro", afirmou o gestor de investimentos da Lecca Investimentos, Georges Catalão.

Este foi o décimo corte seguido na Selic, que somaram 5,25 pontos percentuais desde agosto de 2011, numa ação do BC para ajudar na recuperação da economia brasileira, afetada pela crise internacional.

A redução de agora mostrou também que a autoridade monetária tirou o pé do acelerador, já que nas últimas três decisões optou por reduzir a taxa em 0,50 ponto cada. No encontro anterior, de agosto, o BC havia afirmado que mais ajustes monetários, se necessários, seriam feitos com a "máxima parcimônia".

Diante da ainda pressão nos indicadores de inflações, boa parte do mercado acreditava que o atual ciclo de afrouxamento monetário seria encerrado nesta noite, mas as impressões começaram a mudar com mais força nos últimos dias.

As declarações do diretor de Assuntos Internacionais do BC, Luiz Awazu Pereira, no fim da semana passado, de que a recuperação econômica global está mais lenta, levaram o mercado futuro de juros a postar em mais um corte.

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