Economia

Dívida pública federal cai 1,28% em abril, diz Tesouro

Resultado foi marcado pelo baixo volume de emissões em meio a grandes incertezas pelo impacto econômico da pandemia do coronavírus

Ministério da Economia: dívida pública federal fechou em a 4,161 trilhões de reais em abril (Adriano Machado/Reuters)

Ministério da Economia: dívida pública federal fechou em a 4,161 trilhões de reais em abril (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de maio de 2020 às 16h21.

A dívida pública federal do Brasil caiu 1,28% em abril sobre março, a 4,161 trilhões de reais, divulgou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira, em mais um mês marcado pelo baixo volume de emissões em meio ao cenário de grandes incertezas geradas pelo impacto econômico da pandemia do coronavírus.

No período, a dívida pública mobiliária interna teve recuo de 1,57%, a 3,944 trilhões de reais, devido ao resgate líquido de 81,83 bilhões de reais e apropriação positiva de juros de 19,03 bilhões de reais.

Já a dívida externa subiu 4,23% sobre o estoque apurado em março, a 217,11 bilhões de reais, num mês marcado pela alta do dólar frente ao real.

"Considerando as restrições nas condições de financiamento no mercado doméstico de títulos públicos nos meses de março e abril, assim como a opção dos investidores por ativos menos arriscados e mais líquidos, as emissões do Tesouro Nacional favoreceram os títulos prefixados mais curtos e os de taxa flutuante no mês de abril", disse o Tesouro, em nota.

Em abril, os títulos flutuantes ligados a Selic aumentaram sua participação a 38,73% do total frente a 37,74% em março.

Os títulos prefixados viram sua representatividade cair a 28,85% da dívida total, contra 30,63% no mês anterior.

Os papéis ligados à inflação elevaram seu peso a 26,87%, contra 26,38% antes, ao passo que os títulos atrelados ao câmbio subiram a 5,54% do total, ante 5,24% em março.

Em relação aos detentores, abril foi marcado por nova diminuição na participação de estrangeiros na dívida interna. Essa parcela caiu a 9,36%, contra 9,82% no mês anterior.

"Os movimentos dos grupos de detentores estão associados especialmente aos vencimentos do mês de abril, ao ambiente de incerteza global e à realocação de ativos dos investidores em função do aumento da preferência por liquidez", justificou o Tesouro, em nota.

Maio

Sobre maio, o Tesouro avaliou que as condições financeiras continuaram a se mostrar restritivas diante das incertezas relacionadas à extensão e à profundidade dos impactos adversos da pandemia de Covid-19. Ainda assim, pontuou que os volumes emitidos neste mês têm mostrado que há um caminho gradativo em direção à normalidade.

O Tesouro frisou que busca manter o colchão de liquidez em níveis confortáveis através da aceleração das emissões realizadas ao longo de maio e outras ações, como a possibilidade de utilização da reserva de liquidez advinda do resultado do Banco Central. A destinação dos recursos depende de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN) e poderá ocorrer entre os meses de agosto e setembro.

No mesmo sentido de preservar seu colchão de liquidez, o Tesouro destacou que as operações de financiamento buscadas junto a organismos internacionais terão prazos de até 30 anos e custos inferiores ao custo de captação do Tesouro em dólares e em euros.

Na segunda-feira, a Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos) aprovou a solicitação, pelo governo, de empréstimos de 4,01 bilhões de dólares de organismos internacionais para o financiamento de despesas relacionadas à crise com o coronavírus, incluindo ampliação do Bolsa Família e pagamento do auxílio emergencial, do seguro-desemprego e do benefício direcionado aos que têm os contratos de trabalho suspensos ou jornadas reduzidas.

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