Os títulos remunerados pela inflação avançaram para 30,53% do estoque da DPF em janeiro, ante 29,76% em dezembro (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 16h02.
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) caiu 1,08% em janeiro e fechou o mês em R$ 6,449 trilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 26, pelo Tesouro Nacional. Em dezembro, o estoque estava em R$ 6,520 trilhões.
A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 61,60 bilhões no mês passado, enquanto houve um resgate líquido de R$ 132,07 bilhões.
A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve baixa de 1,48% em janeiro e fechou o mês em R$ 6,176 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 8,89% maior no mês, somando R$ 273 83 bilhões ao fim de janeiro.
Com o ciclo de queda da taxa básica de juros, atualmente em 11 25% ao ano, a parcela de títulos da DPF atrelados à Selic subiu em janeiro, para 42,03%. Em dezembro, estava em 39,66%. Já os papéis prefixados reduziram a fatia de 26,53% para 22,93%.
Os títulos remunerados pela inflação avançaram para 30,53% do estoque da DPF em janeiro, ante 29,76% em dezembro. Os papéis cambiais oscilaram a participação na DPF de 4,05% para 4,51% no mês passado.
No Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2024, os papéis remunerados pela Selic devem ter participação de 40% a 44%. Os títulos prefixados podem variar entre 24% e 28%. Para os papéis corrigidos pela inflação, a participação é de 27% a 31% do estoque. Já os títulos atrelados ao câmbio devem ficar entre 3% e 7%.
O Tesouro informou ainda que a parcela da DPF a vencer em 12 meses apresentou baixa, passando de 20,14% em dezembro para 19 15% em janeiro.
O prazo médio da dívida teve avanço de 3,95 anos para 4,11 anos na mesma comparação. Já o custo médio acumulado em 12 meses da DPF subiu de 10,51% ao ano para 10,65% a.a. no mês passado.
A participação dos investidores estrangeiros no total da Dívida Pública subiu em janeiro. De acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional, a parcela dos investidores não residentes no Brasil no estoque da DPMFi passou de 9,48% em dezembro para 9 92% no mês passado.
No fim de 2023, a fatia estava em 9,48%. O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros somou R$ 612,83 bilhões em janeiro, ante R$ 594,18 bilhões em dezembro.
A maior participação no estoque da DPMFi continuou com as instituições financeiras, com 28,11% em janeiro, ante 29,67% em dezembro.
A parcela dos fundos de investimentos passou de 23,53% para 23 50% em janeiro. Na sequência, o grupo Previdência passou de uma participação de 22,99% para 23,64% de um mês para o outro. Já as seguradoras saíram de 4,02% para 4,42% na mesma comparação.
O Tesouro Nacional encerrou janeiro com R$ 813,23 bilhões no chamado "colchão da dívida", a reserva de liquidez feita para honrar compromissos com investidores que compram os títulos brasileiros. O valor observado é 17,22% menor em termos nominais que os R$ 982,37 bilhões que estavam na reserva em novembro.
O montante ainda é 14,70% menor, em termos nominais, que o observado em janeiro de 2023 (R$ 953,39 bilhões).
O valor serve de termômetro para saber se o País tem recursos para pagar seus investidores ou precisará recorrer rapidamente ao mercado para reforçar o caixa.
O montante de dezembro era suficiente para cobrir 7,10 meses de pagamentos de títulos, ante 7,57 meses em dezembro.
O Tesouro trabalha com um mínimo prudencial equivalente a uma reserva para três meses de vencimentos. "Cabe destacar que os meses de março, abril, julho e agosto concentrarão vencimentos estimados em R$ 727,71 bilhões", diz o documento.