Economia

Dívida externa bruta estimada é de US$ 355,7 bilhões em março, afirma Banco Central

Segundo BC, déficit em conta corrente somou US$ 4,579 bilhões em março

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 2 de maio de 2024 às 11h06.

A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em março é de US$ 355,733 bilhões. Segundo a instituição, em março de 2023 a dívida estava em US$ 321,342 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 265,451 bilhões em março, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 90,282 bilhões.

A conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 455 milhões em março. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em março de 2023, o déficit nessa conta foi de US$ 546 milhões.

O desempenho da conta de viagens internacionais no terceiro mês deste ano foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,046 bilhão. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 592 milhões em março.

A conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 1,313 milhões no acumulado do ano. No mesmo período de 2023, o déficit nessa conta foi de US$ 1,526 milhões.

Investimento em ações

O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou negativo em US$ 3,420 bilhões em março, informou o Banco Central. Em igual mês de 2023, o resultado havia sido negativo em US$ 3,322 milhões.

Já o investimento líquido em fundos de investimentos no Brasil ficou positivo em US$ 118 milhões no terceiro mês do ano. Em março do ano anterior, ele havia sido negativo em US$ 348 milhões.

O saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou positivo em US$ 3,230 bilhões em março. No mesmo mês de 2023, havia ficado positivo em US$ 1,715 bilhões.

No acumulado de 2024 até março, o investimento estrangeiro em ações brasileiras acumulou saldo negativo de US$ 7,032 bilhões, enquanto o investimento em fundos de investimento mostrou entrada líquida de US$ 839 milhões. Em títulos de renda fixa negociados no País, o saldo foi positivo em US$ 6,630 bilhões no acumulado do ano.

Taxa de rolagem

O Banco Central também informou que a taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos captados no exterior ficou em 110% em março. Esse patamar significa que houve captação de valor em quantidade mais do que suficiente para rolar compromissos das empresas no período, ficando um pouco acima do total. O resultado foi maior do que o verificado em março de 2023, quando a taxa havia sido de 81%.

De acordo com os números agora apresentados pelo BC, a taxa de rolagem dos títulos de longo prazo ficou em 298% em março. No mesmo mês do ano anterior, havia sido de 33%. Já os empréstimos diretos atingiram 103% no terceiro mês de 2024, ante 91% de março de 2023.

No acumulado de 2024 até março, a taxa de rolagem total ficou em 137%. Os títulos de longo prazo tiveram taxa de 377% e os empréstimos diretos, de 124% no período.

Déficit em conta corrente soma US$ 4,579 bilhões em março

O resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 4,579 bilhões em março, informou também nesta quinta-feira, 2, o Banco Central. Este é o pior desempenho para o mês desde 2021, quando o saldo foi negativo em US$ 8,555 bilhões. Em fevereiro, o resultado foi deficitário em US$ 4,373 bilhões.

O déficit em março foi maior que a mediana do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que apontava para saldo negativo de US$ 3,10 bilhões. O número ficou dentro do intervalo que variava de déficit de US$ 5,974 bilhões a superávit de US$ 300 milhões.

Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 5,119 bilhões em março, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,742 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 5,970 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 4 738 bilhões.

No ano até março, a conta corrente teve rombo de US$ 14,398 bilhões. Em 12 meses, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 32,606 bilhões, o que representa 1,46% do Produto Interno Bruto (PIB).

A estimativa do BC é de déficit na conta corrente de US$ 48 bilhões em 2024 (2,1% do PIB), conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.

IDP

A entrada de Investimentos Diretos no País (IDP) somou US$ 9,591 bilhões em fevereiro. Em igual mês de 2023, o montante havia sido de US$ 7,345 bilhões. Em fevereiro, o fluxo de IDP ficou positivo em US$ 5,012 bilhões.

O resultado do mês ficou acima do teto das estimativas coletadas na pesquisa do Projeções Broadcast, de 9,20 bilhões. O piso era de entrada de 5,00 bilhões e a mediana, de US$ 7,50 bilhões.

No ano até março, o fluxo de IDP totalizou US$ 23,345 bilhões. Em 12 meses, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 66 530 bilhões, o que representa 2,98% do Produto Interno Bruto (PIB).

Remessa de lucros e dividendos

A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 3,782 bilhões em março, informou o Banco Central. A saída líquida é um pouco superior aos US$ 3,613 bilhões que deixaram o Brasil em igual mês de 2023 já descontadas as entradas.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 2,231 bilhões em março ante US$ 1,994 bilhão em igual mês do ano passado.

No acumulado de 2024 até março, o saldo de lucros e dividendos foi negativo em US$ 9,156 bilhões e o gasto com juros somou US$ 7,487 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDívida pública

Mais de Economia

Lula se reúne com ministros nesta quinta e deve fechar pacote de corte de gastos

Equipe econômica acompanha formação de governo Trump para medir impactos concretos no Brasil

Pacote de corte de gastos ainda está em negociação, afirma Lula

Copom eleva Selic em 0,5 pp, para 11,25% ao ano, e sinaliza novas altas de juros