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Disseminação de alta dentro do IPCA preocupa analistas

A economista do Santander Fernanda Consorte aponta que há uma "combinação de fatores que sugerem uma inflação mais pressionada"

Consumidora olha produtos em supermercado: o grupo Alimentação e Bebidas registrou alta 1,03% em outubro ante setembro (Dado Galdieri/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2013 às 14h12.

São Paulo - O nível de difusão em 67,7% registrado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro mostra que há uma "dinâmica pior" da inflação no quarto trimestre, avalia Fernanda Consorte, economista do Santander.

Ela lembra que, "nos últimos meses, a difusão veio rodando próximo a 56%". "A difusão claramente demonstra que, a despeito de ter sido a Alimentação o grande driver da inflação em outubro, há uma dinâmica pior da inflação para o quarto trimestre", avaliou Fernanda. O índice de difusão mede o quanto a alta de preços está disseminada.

A economista do Santander aponta que há uma "combinação de fatores que sugerem uma inflação mais pressionada", entre eles, o repasse cambial e o mercado de trabalho ainda apertado.

Segundo Fernanda, o preço dos alimentos subiu como reflexo tanto da sazonalidade do quarto trimestre como do repasse da desvalorização cambial dos últimos meses. O grupo Alimentação e Bebidas registrou alta 1,03% em outubro ante setembro.

Altas importantes em Vestuário (1,13%) e Artigos de Residência (0,81%) também mostram efeito da depreciação do câmbio, aponta a economista. "Talvez a depreciação cambial já esteja trazendo pressão geral para a inflação", comentou.

Para o fim do ano, a expectativa é de que, em novembro, o IPCA continue em torno de 0,6% na margem e acelere em dezembro, por causa do fator sazonal das festas de final de ano e recebimento de 13º salário. "Facilmente o IPCA pode voltar a rodar mais perto de 6% em 12 meses no final do ano", disse Fernanda. Em outubro, o acumulado do indicador em 12 meses ficou em 5,84%.

O cenário reforça a percepção do banco de que o movimento de alta da Selic ainda vai continuar, com dois aumentos: o primeiro, de 0,50 ponto porcentual, e o segundo e último, de 0,25 ponto porcentual.


Rosenberg & Associados

Avaliação semelhante tem a Rosenberg & Associados. Para a consultoria, o indicador de difusão do IPCA IPCA) de outubro voltou a acelerar a velocidade de alta de setembro para outubro.

De acordo com a Rosenberg, o índice de difusão atingiu o nível de 67,70% no décimo mês de 2013, depois de ter alcançado a marca de 57,80% em setembro. Trata-se do maior nível desde março (69,04%).

Segundo o economista Fernando Parmagnani, a aceleração da taxa do indicador de difusão pode sinalizar que a inflação ainda irá continuar elevada, o que é "preocupante".

Por outro lado, ponderou, o fato de as taxas das medidas de núcleos terem se aproximado mais do resultado do IPCA indica que os preços poderão perder fôlego. "Mostra que pelo menos não tem nada (nenhum grupo) puxando muito a inflação para cima nem para baixo. Pode ser um bom indicativo", avaliou.

Os preços livres no IPCA de outubro intensificaram o ritmo de alta e atingiram a maior taxa desde fevereiro deste ano, quando haviam subido 1,13%, de acordo com a Rosenberg. Segundo a consultoria, os preços livres avançaram para 0,70% no décimo mês do ano, após elevação de 0,41% em setembro.

Quanto aos preços administrados, a Rosenberg informou que houve suave desaceleração, com a taxa passando de 0,16% em setembro para 0,14% no mês passado. A taxa veio abaixo do piso das previsões do AE Projeções, de inflação de 0,17%. O teto apontava para elevação de 0,33%. Já a mediana atingiu 0,21%.

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Ela lembra que, "nos últimos meses, a difusão veio rodando próximo a 56%". "A difusão claramente demonstra que, a despeito de ter sido a Alimentação o grande driver da inflação em outubro, há uma dinâmica pior da inflação para o quarto trimestre", avaliou Fernanda. O índice de difusão mede o quanto a alta de preços está disseminada.

A economista do Santander aponta que há uma "combinação de fatores que sugerem uma inflação mais pressionada", entre eles, o repasse cambial e o mercado de trabalho ainda apertado.

Segundo Fernanda, o preço dos alimentos subiu como reflexo tanto da sazonalidade do quarto trimestre como do repasse da desvalorização cambial dos últimos meses. O grupo Alimentação e Bebidas registrou alta 1,03% em outubro ante setembro.

Altas importantes em Vestuário (1,13%) e Artigos de Residência (0,81%) também mostram efeito da depreciação do câmbio, aponta a economista. "Talvez a depreciação cambial já esteja trazendo pressão geral para a inflação", comentou.

Para o fim do ano, a expectativa é de que, em novembro, o IPCA continue em torno de 0,6% na margem e acelere em dezembro, por causa do fator sazonal das festas de final de ano e recebimento de 13º salário. "Facilmente o IPCA pode voltar a rodar mais perto de 6% em 12 meses no final do ano", disse Fernanda. Em outubro, o acumulado do indicador em 12 meses ficou em 5,84%.

O cenário reforça a percepção do banco de que o movimento de alta da Selic ainda vai continuar, com dois aumentos: o primeiro, de 0,50 ponto porcentual, e o segundo e último, de 0,25 ponto porcentual.


Rosenberg & Associados

Avaliação semelhante tem a Rosenberg & Associados. Para a consultoria, o indicador de difusão do IPCA IPCA) de outubro voltou a acelerar a velocidade de alta de setembro para outubro.

De acordo com a Rosenberg, o índice de difusão atingiu o nível de 67,70% no décimo mês de 2013, depois de ter alcançado a marca de 57,80% em setembro. Trata-se do maior nível desde março (69,04%).

Segundo o economista Fernando Parmagnani, a aceleração da taxa do indicador de difusão pode sinalizar que a inflação ainda irá continuar elevada, o que é "preocupante".

Por outro lado, ponderou, o fato de as taxas das medidas de núcleos terem se aproximado mais do resultado do IPCA indica que os preços poderão perder fôlego. "Mostra que pelo menos não tem nada (nenhum grupo) puxando muito a inflação para cima nem para baixo. Pode ser um bom indicativo", avaliou.

Os preços livres no IPCA de outubro intensificaram o ritmo de alta e atingiram a maior taxa desde fevereiro deste ano, quando haviam subido 1,13%, de acordo com a Rosenberg. Segundo a consultoria, os preços livres avançaram para 0,70% no décimo mês do ano, após elevação de 0,41% em setembro.

Quanto aos preços administrados, a Rosenberg informou que houve suave desaceleração, com a taxa passando de 0,16% em setembro para 0,14% no mês passado. A taxa veio abaixo do piso das previsões do AE Projeções, de inflação de 0,17%. O teto apontava para elevação de 0,33%. Já a mediana atingiu 0,21%.

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