Economia

Dirigente do Fed cita preocupação crescente com riscos de alta para a perspectiva da inflação

Lorie Logan ressaltou que não há risco para a inflação voltar a acelerar, mas que siga no nível atual, sem recuar mais para a meta de 2%

Fed: órgão financeiro é presidido por Jerome Powell  (Stefani Reynolds/Getty Images)

Fed: órgão financeiro é presidido por Jerome Powell (Stefani Reynolds/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 5 de abril de 2024 às 15h05.

Presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Dallas, Lorie Logan defendeu nesta sexta-feira, 5, que o BC dos EUA mantenha postura flexível, diante de incertezas no quadro inflacionário. Em discurso na Universidade Duke, ela disse estar "cada vez mais preocupada" com riscos de alta para a inflação no país, embora tenha também citado que a materialização desses riscos não é seu cenário-base atual.

Sem direito a voto neste ano nas decisões de política monetária, Logan destacou o progresso já conseguido na inflação, inclusive em uma economia ainda aquecida. A dirigente disse que "embora uma trajetória benigna de volta à estabilidade de preços siga possível, eu vejo riscos significativos para um progresso continuado" nessa frente.

Logan disse que janeiro e fevereiro trouxeram surpresas para cima na inflação nos EUA, com números "desapontadoramente firmes".

Para ela, o risco não é de que a inflação volte a acelerar, mas sim que siga no nível atual, sem recuar mais para a meta de 2% do Fed em um intervalo de tempo "adequado".

Nesse contexto, ela argumentou que seria "muito cedo" para cortar juros, ao privilegiar uma abordagem "flexível" na política monetária, a depender do quadro. Ela também discutiu, em seu discurso, se a política monetária não estaria menos restritiva quanto apontado pela maioria das projeções atuais.

A dirigente tratou ainda da redução do balanço agora em andamento pelo Fed. Segundo ela, é apropriado decidir logo quando desacelerar essa redução, sem interrompê-la. O ritmo na redução pode ser "mais lento, mas ainda significativo", ponderou e esse ajuste ajudaria a evitar riscos de solavancos nos mercados.

Logan também comentou, ao tratar do mercado de trabalho, a imigração e a inovação têm continuado a apoiar o lado da oferta da economia. No caso da imigração, suas implicações para a perspectiva econômica dependem, sem dúvida, de quanto durará a onda de chegadas ao país e de outros efeitos na demanda agregada bem como na oferta agregada de trabalhadores, apontou.

Já no campo da inovação ela afirmou que pode estar havendo "o começo de uma era de crescimento mais forte na produtividade". Logan disse que a inteligência artificial generativa "tem enorme potencial", mas acrescentou que ainda não é possível garantir que será concretizado esse aumento potencial na produtividade.

Acompanhe tudo sobre:Fed – Federal Reserve SystemEstados Unidos (EUA)Inflação

Mais de Economia

Corte de gastos: Rui Costa se reúne com ministros da Previdência e do Desenvolvimento Social

Petróleo pode desbancar soja e liderar exportações neste ano

Corte de despesas: reunião de Lula e ministros termina sem anúncio de medidas

Minerais críticos do Brasil para a transição energética no mundo