Economia

Dilma pede não ceder perante 'armadilhas' financeiras

No 34º período de sessões da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), Dilma fez também um apelo ao fortalecimento da integração regional


	A presidente Dilma Rousseff: ''Não achamos que nosso desenvolvimento pode estar isolado do futuro de nossos vizinhos''
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

A presidente Dilma Rousseff: ''Não achamos que nosso desenvolvimento pode estar isolado do futuro de nossos vizinhos'' (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2012 às 21h22.

San Salvador - A presidente Dilma Rousseff estimulou nesta sexta-feira a América Latina e o Caribe a não ceder nos avanços em seu desenvolvimento frente às ''extravagâncias'' e ''armadilhas'' do sistema financeiro internacional.

Em mensagem que enviou aos participantes do 34º período de sessões da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), que aconteceu em San Salvador, capital de El Salvador, Dilma fez também um apelo ao fortalecimento da integração regional.

''O desenvolvimento e a igualdade estão de volta à região; não podemos aceitar que ciclos externos adversos e extravagâncias do sistema financeiro internacional façam nossos avanços retrocederem'', manifestou Dilma na carta, lida pelo chanceler brasileiro, Antonio Patriota, durante a reunião final do encontro.

Vários analistas vinculados à Cepal ''nos alertaram sobre essas armadilhas e nos mostraram alternativas'', ressaltou a governante.

Após resumir as conquistas sociais e econômicas do Brasil nos últimos anos, Dilma convocou os países da região a ''crescerem juntos combatendo a desigualdade'', como a Cepal coloca em sua proposta de mudança estrutural que centrou a reunião.

''Não achamos que nosso desenvolvimento pode estar isolado do futuro de nossos vizinhos'', disse, ao lembrar que a Constituição brasileira estabelece ''o compromisso com a integração regional latino-americana''.

A mandatária considerou ainda que na América Latina e no Caribe ''há muito espaço para o crescimento do comércio intrarregional e para as cooperações econômica, social, cultural e política''.

Detalhou que a ''América Latina e o Caribe ainda têm um comércio intrarregional que não chega a 20% do PIB regional, enquanto na Europa chega a 67% e, na Ásia, a 40%''.


Dilma considerou que os acordos regionais de comércio e os blocos criados nos últimos anos, como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), ''são instrumentos que podem realizar essa integração''.

A petista destacou o papel da Cepal no pensamento econômico da região e disse esperar que ''mantenha sua contribuição efetiva para que os governos da América Latina e do Caribe possam retirar milhões de pessoas da pobreza e da miséria, construindo um futuro digno e sustentável, que inclua todos os seres humanos''.

Delegações dos 44 países-membros da Cepal foram à reunião em San Salvador, que começou na segunda-feira passada e terminou hoje, e onde o organismo lançou uma proposta de mudança econômica estrutural com igualdade social e sustentabilidade ambiental.

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