São Paulo - A presidente Dilma Rousseff tem o desafio imediato de recuperar a confiança dos investidores e apresentar "um novo começo crível" para a economia brasileira, aponta a agência de classificação de Moody's em relatório divulgado nesta terça-feira.
Os problemas econômicos do país são profundos e estruturais na avaliação da Moody's, que afirma que somente reformas podem ser capazes de fazer o país retomar o crescimento no médio prazo e recuperar a posição fiscal.
Restabelecer a confiança, segundo a agência, é importante para manter a dívida do governo em níveis suportáveis, promover o investimento do setor privado e assegurar que a resposta negativa do mercado à eleição não conduza a uma tendência de baixa dos preços dos ativos.
"É possível que, na ausência de uma diretriz clara sobre a trajetória política que o governo pretende seguir, os investidores mantenham a abordagem "esperar para ver", a atividade econômica permaneça restringida e os mercados financeiros sejam submetidos a correções periódicas", afirmou no comunicado o vice-presidente sênior da Moody's, Mauro Leos.
De acordo com a agência, após as eleições, Dilma enfrenta um cenário politicamente polarizado e com problemas estruturais que deverão ser combatidos com firmeza para recuperar o caminho do crescimento.
Nesse sentido, o Moody's afirmou que as medidas adotadas nos próximos dois ou três meses marcarão o rumo da administração, e ressaltou que o principal desafio de Dilma será o de articular uma mudança nas políticas econômicas.
Depois de registrar uma expansão de 7,5% em 2010, o crescimento da economia brasileira foi de 2,7% em 2011, de apenas 1% em 2012 e 2,3% em 2013.
O governo acredita que fechará o ano com uma taxa de 0,9%, frente aos 0,27% projetados por analistas de mercado.
A agência advertiu que o rebaixamento da nota do Brasil dependerá do déficit fiscal, da dívida do governo e do crescimento do país 2014.
A Moody's também vai considerar um rebaixamento da classificação se não for revertida a tendência da dívida fiscal e se o crescimento do PIB se mantiver entre 1% e 2%.
A presidente reeleita venceu o segundo turno das eleições ao obter 51,64% dos votos contra 48,36% do candidato do PSDB, Aécio Neves.
-
1. Uma corrida pela reeleição turbulenta
zoom_out_map
1/12 (Roberto Stuckert Filho/PR)
São Paulo - Herdeira política de Luiz Inácio Lula da Silva,
Dilma Rousseff (PT) subiu a rampa do Planalto em 2011 com o peso histórico de ser a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Depois de um crescimento econômico titubeante durante seu governo e denúncias de corrupção, Dilma enfrentou uma corrida eleitoral turbulenta. Tanto no primeiro, quanto no segundo turno, ela teve seu favoritismo ameaçado nas pesquisas de intenção de voto pelos adversários Marina Silva (PSB) e
Aécio Neves (PSDB). Em resposta, ela adotou uma tática agressiva. Nas últimas sondagens, a candidata à reeleição aparecia na frente de Aécio Neves (PSDB). Mas a expectativa é que a disputa seja decidida voto a voto neste domingo.
-
2. Dilma é a filha do meio
zoom_out_map
2/12 (Arquivo pessoal)
Dilma Vana Rousseff nasceu em 1957, na cidade de Belo Horizonte. Filha do advogado Pedro Rousseff, búlgaro naturalizado brasileiro, e de Dilma Jane Silva, Dilma é a segunda filha do casal. Na foto, Dilma aparece com seus pais e seu irmão mais velho, Igor Rousseff. A irmã caçula, Zana, nasceu quando Dilma tinha quatro anos.
-
3. Prisão na Ditadura Militar
zoom_out_map
3/12 (Arquivo pessoal)
Quando jovem, Dilma Rousseff lutou contra o regime da Ditadura Militar. Foi perseguida pelo governo, presa e torturada. Passou quase três anos na prisão. A foto mostra Dilma Rousseff sendo fichada pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo, no ano de 1970. Provavelmente em resposta às manifestações de 2013, a experiência da presidente quando jovem fez parte da estratégia da campanha para cativar os jovens.
-
4. Paula, a única filha
zoom_out_map
4/12 (Reprodução/Instagram)
Em 1976, Dilma dá a luz a sua única filha, Paula. Na época, aos 28 anos, Dilma já era casada com Carlos Araújo, deputado pelo estado do Rio Grande do Sul, com quem dividiu sua vida política e pessoal por 25 anos. Na foto, Dilma segura sua filha recém-nascida, Paula.
-
5. Os anos 90 e o PDT
zoom_out_map
5/12 (Wikimedia Commons)
No final da década de 1980 e durante os anos 1990, Dilma participou ativamente da política no estado do Rio Grande do Sul com o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Ela fez campanha para candidaturas de Alceu Collares à prefeitura de Porto Alegre, em 1985, e para Leonel Brizola à Presidência da República, em 1989. Dilma assumiu cargos na Secretaria da Fazenda da prefeitura de Porto Alegre e na Secretaria de Minas, Energia e Comunicações do Rio Grande do Sul. Na foto, Dilma cumprimenta Leonel Brizola.
-
6. Ministra de Minas e Energia
zoom_out_map
6/12 (Ana Nascimento/Agência Brasil)
Em 2003, Dilma é nomeada Ministra de Minas e Energia no primeiro mandato do ex-presidente Lula. A candidata ficou no cargo até junho de 2005, quando assumiu a Casa Civil. No compando da pasta, Dilma lançou o programa "Luz para Todos", iniciativa que buscava ampliar o acesso à energia elétrica da população, sobretudo para as famílias de baixa renda. Na foto, Dilma caminha com Lula e o então governador do Pará, Simão Jatene, em visita às obras das novas turbinas da Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará.
-
7. A "mãe do PAC"
zoom_out_map
7/12 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Com o escândalo do Mensalão, que estourou no ano de 2005, Dilma Rousseff assumiu a Casa Civil no lugar de José Dirceu, acusado de participar do esquema de corrupção. Com a reeleição de Lula, permaneceu no cargo e liderou, ao lado do ex-presidente, o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no ano de 2007. Na época, Dilma ficou conhecida como "Mãe do PAC". A foto mostra Lula e Dilma durante o lançamento do PAC da Habitação.
-
8. A primeira mulher presidente
zoom_out_map
8/12 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Em 1º de janeiro de 2011, Dilma recebeu a faixa presidencial de seu padrinho político, o ex-presidente Lula, tornando-se oficialmente a primeira mulher presidente do Brasil. A presidente empossada recebia a missão de continuar o projeto de governo de seu antecessor. Na foto, Lula entrega a faixa para Dilma, em Brasília.
-
9. Um governo de altos e baixos
zoom_out_map
9/12 (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Pressões inflacionárias, operações do Pré-Sal, programas sociais, baixo desempenho da economia, Mais Médicos, Pronatec e escândalos envolvendo a Petrobras marcaram os altos e baixos do governo de Dilma Rousseff. Na foto, Dilma aparece ao lado de seu vice, Michel Temer, do presidente da Câmara dos Deputados, Renan Calheiros, e da Ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para o lançamento do programa Mais Médicos - que até hoje é alvo de polêmicas.
-
10. Imagina na Copa
zoom_out_map
10/12 (José Cruz/Agência Brasil)
Criticada por alguns e elogiada por outros, Dilma Rousseff recebeu a edição de 2014 da Copa do Mundo Fifa. Na época, a presidente apelidou o evento em território brasileiro como "Copa das Copas". Na foto, Dilma posa ao lado do presidente da Fifa, Joseph Blatter, na apresentação da taça da Copa do Mundo.
-
11. Candidatura à reeleição
zoom_out_map
11/12 (Cadu Gomes/Flickr/Sala de Imprensa Dilma 13)
Candidata à reeleição em 2014, Dilma Rousseff manteve alianças com o PMDB e novamente lançou Michel Temer como seu vice. No primeiro turno, a candidata do PT ficou em primeiro lugar, alcançando mais de 43 milhões de votos em todo o país, e disputa o segundo turno com o candidato tucano Aécio Neves. Na foto, Dilma aparece ao lado do ex-presidente Lula e de seu vice, Michel Temer. Os três participaram da Convenção Nacional do Partido dos Trabalhadores, no dia 21 de junho de 2014.
-
zoom_out_map
12/12 (Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil)