Economia

Dilma deve recuperar confiança do mercado, diz Moody's

A presidente tem o desafio imediato de recuperar a confiança dos investidores e apresentar "novo começo crível" à economia, segundo a agência de classificação


	Dilma Rousseff: Dilma enfrenta um cenário politicamente polarizado e com problemas estruturais, segundo a Moody's
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: Dilma enfrenta um cenário politicamente polarizado e com problemas estruturais, segundo a Moody's (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2014 às 13h26.

São Paulo - A presidente Dilma Rousseff tem o desafio imediato de recuperar a confiança dos investidores e apresentar "um novo começo crível" para a economia brasileira, aponta a agência de classificação de Moody's em relatório divulgado nesta terça-feira.

Os problemas econômicos do país são profundos e estruturais na avaliação da Moody's, que afirma que somente reformas podem ser capazes de fazer o país retomar o crescimento no médio prazo e recuperar a posição fiscal.

Restabelecer a confiança, segundo a agência, é importante para manter a dívida do governo em níveis suportáveis, promover o investimento do setor privado e assegurar que a resposta negativa do mercado à eleição não conduza a uma tendência de baixa dos preços dos ativos.

"É possível que, na ausência de uma diretriz clara sobre a trajetória política que o governo pretende seguir, os investidores mantenham a abordagem "esperar para ver", a atividade econômica permaneça restringida e os mercados financeiros sejam submetidos a correções periódicas", afirmou no comunicado o vice-presidente sênior da Moody's, Mauro Leos.

De acordo com a agência, após as eleições, Dilma enfrenta um cenário politicamente polarizado e com problemas estruturais que deverão ser combatidos com firmeza para recuperar o caminho do crescimento.

Nesse sentido, o Moody's afirmou que as medidas adotadas nos próximos dois ou três meses marcarão o rumo da administração, e ressaltou que o principal desafio de Dilma será o de articular uma mudança nas políticas econômicas.

Depois de registrar uma expansão de 7,5% em 2010, o crescimento da economia brasileira foi de 2,7% em 2011, de apenas 1% em 2012 e 2,3% em 2013.

O governo acredita que fechará o ano com uma taxa de 0,9%, frente aos 0,27% projetados por analistas de mercado.

A agência advertiu que o rebaixamento da nota do Brasil dependerá do déficit fiscal, da dívida do governo e do crescimento do país 2014.

A Moody's também vai considerar um rebaixamento da classificação se não for revertida a tendência da dívida fiscal e se o crescimento do PIB se mantiver entre 1% e 2%.

A presidente reeleita venceu o segundo turno das eleições ao obter 51,64% dos votos contra 48,36% do candidato do PSDB, Aécio Neves.

Acompanhe tudo sobre:Dilma Rousseffeconomia-brasileiraGoverno DilmaMoody'sPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega