Economia

Dilma defenderá ação rápida para crise em encontros

Dilma chega nesta terça a Cannes com a missão de insistir no recado de que a solução para a Europa não deve passar por políticas que ameacem o crescimento global

Presidente Dilma Roussef (Agência Brasil)

Presidente Dilma Roussef (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2011 às 15h41.

Cannes - A presidente Dilma Rousseff chega nesta terça-feira a Cannes disposta a defender junto aos demais países do G20 uma atuação rápida para conter a crise de dívida da zona do euro.

Em meio a um cenário internacional crescentemente conturbado, o Brasil também insistirá no recado de que a solução para a Europa não deve passar por políticas de arrocho fiscal que sufoquem as perspectivas de crescimento global.

Entre quarta e quinta-feira, antes do início oficial da cúpula, Dilma terá encontros bilaterais com outros chefes de Estado do grupo. A agenda ainda está sendo definida, mas os nomes considerados mais prováveis são a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente russo, Dmitri Medvedev, além das lideranças da Austrália e da Indonésia.

O encontro das 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia, ganhou ainda maior sentido de urgência depois que o primeiro-ministro grego, George Papandreou, anunciou na segunda-feira a intenção de submeter a referendo popular o novo pacote de ajuda da União Europeia à Grecia.

Com o povo grego majoritariamente refratário à ajuda europeia, a proposta do referendo levantou preocupações com novos atrasos na implantação das medidas, contribuindo para derrubar os mercados nesta terça-feira.

Para convencer Atenas a agilizar o andamento das medidas, Merkel e o primeiro-ministro francês, Nicolas Sarkozy, anunciaram que se reunirão com lideranças da Grécia e representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) na quarta-feira em Cannes para discutir a questão.


Na semana passada, a União Europeia havia acordado que os bancos privados assumirão uma perda de 50 por cento com os títulos gregos que têm em carteira. Para estimular novas emissões de países em dificuldades, os europeus também anunciaram estar negociando uma forma de impulsionar seu fundo de resgate (EFSF, na sigla em inglês), aumentando seu poder de fogo em até cinco vezes.

Para esse esforço, contam com a ajuda de países emergentes, como a China e o Brasil. Uma das ideias da Europa é que essa ajuda ocorra por meio de um fundo de propósito específico, vinculado ao seu EFSF.

O Brasil já anunciou estar disposto a contribuir com o pacote de ajuda à Grécia, mas prefere que isso se dê via acordos bilaterais com o FMI. A ideia do governo Dilma é que, como ocorreu em 2009, os governos interessados deixem recursos à disposição do Fundo, que faria repasses às economias em dificuldade quando houvesse necessidade.

O comunicado final do G20, a ser divulgado na tarde de sexta-feira, deve trazer uma menção ao formato da ajuda dos emergentes.

A reunião de cúpula será aberta na quinta-feira com uma recepção de boas-vindas dada pelo presidente da França, país que atualmente preside o grupo. Os chefes de Estado terão cinco sessões de discussão ao longo dos dois dias. A reunião se encerra com um almoço de trabalho na sexta, após o qual haverá uma entrevista coletiva de Sarkozy.

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