Economia

Desemprego: o buraco é fundo

Quando o dado de desemprego, medido pela PNAD-Contínua, o método oficial do IBGE, for divulgado hoje não haverá motivos para alegria. O ano muito provavelmente começou mal para quem procura emprego, com analistas esperando um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de desemprego, para 12,5% da população em idade ativa. Até dezembro do ano […]

RECESSÃO ECONÔMICA: desemprego crescente deve continuar pelos próximos meses, até que consumo e investimentos se estabilizem / Mario Tama/Getty Images (Mario Tama/Getty Images)

RECESSÃO ECONÔMICA: desemprego crescente deve continuar pelos próximos meses, até que consumo e investimentos se estabilizem / Mario Tama/Getty Images (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2017 às 06h54.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h36.

Quando o dado de desemprego, medido pela PNAD-Contínua, o método oficial do IBGE, for divulgado hoje não haverá motivos para alegria. O ano muito provavelmente começou mal para quem procura emprego, com analistas esperando um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de desemprego, para 12,5% da população em idade ativa. Até dezembro do ano passado, 12,342 milhões e pessoas estavam desempregadas, número 36% maior do que o mesmo trimestre do ano anterior.

O dado é um reflexo do tamanho do buraco em que o Brasil se encontra e dos desafios à frente. Segundo o economista Rafael Gonçalves Cardoso, da Daycoval Investimentos, a alta de hoje deve ser agravada pela sazonalidade, já que em janeiro as ofertas de emprego tendem a cair. “A nossa previsão estima que a taxa de desemprego da PNAD alcance 13% ainda neste trimestre, com estabilização só no próximo semestre, possivelmente no final do ano”, afirmou.

Para Cardoso, embora o Caged, indicador de desemprego do ministério do Trabalho, tenha mostrado uma redução da “destruição de vagas” em janeiro, o dado não pode ser interpretado de maneira isoladamente. O dado melhora em alguns meses e piora em outros, mas a média ainda é muito alta: 114.000 vagas de trabalho foram fechadas por mês nos últimos 12 meses, segundo o economista.

Economistas esperam que as medidas mais agressivas tomadas pelo Banco Central ajudem a diminuir o desemprego no horizonte. A baixa da taxa de juros mais agressiva adotada pelo BC, que cortou para 12,25% a Selic na quarta-feira, ajuda empresas e famílias a pagar as dívidas. No longo prazo é esperado que, com menos dívidas, as famílias voltem a consumir mais e as empresas a investir, aumentando a necessidade de contratação e o emprego. Mas o desemprego só deve cair mesmo mais perto de 2018. 

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