Economia

Desemprego no Brasil cai para 6,8% em julho, menor taxa para o mês em 12 anos

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Seguro-desemprego (Jornal Brasil em Folhas/Flickr)

Seguro-desemprego (Jornal Brasil em Folhas/Flickr)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 30 de agosto de 2024 às 09h02.

Última atualização em 30 de agosto de 2024 às 10h15.

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho de 2024 caiu para 6,9%, a menor taxa para o trimestre desde 2014. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou em linha com a expectativa do mercado financeiro, que projetava a taxa em 6,8%.

Na comparçaão com o trimestre de fevereiro a abril de 2024, a queda foi de 0,7 ponto percentual. A queda na comparação do mesmo trimestre móvel de 2023 foi de 1,1 ponto percentual. Essa foi a menor taxa para um trimestre encerrado em julho na série histórica da PNAD Contínua do IBGE, iniciada em 2012.

A população ocupada atingiu novo recorde da série histórica e chegou a 102 milhões. O total de trabalhadores do país cresceu 1,2%, mais 1,2 milhão de pessoas, no trimestre e 2,7%, mais 2,7 milhões de pessoas, no ano.

A população desocupada – pessoas que procuravam por trabalho – caiu para 7,4 milhões de pessoas, Esse é o menor número de pessoas em busca de trabalho desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

 Por que o desemprego no Brasil caiu em julho?

Segundo o IBGE,  os dois principais segmentos da população ocupada também foram recordes. Os empregados do setor privado chegaram a 52,5 milhões, maior contingente da série, crescendo 1,4% (mais 731 mil pessoas) no trimestre e de 4,5% (mais 2,2 milhões de pessoas) no ano. Já os empregados do setor público chegaram ao recorde de 12,7 milhões, com altas de 3,5% (424 mil pessoas) no trimestre e de 3,6% (436 mil pessoas) no ano.

No setor privado, houve recordes tanto no número de empregados com carteira quanto no contingente dos sem carteira de trabalho assinada: 38,5 milhões e 13,9 milhões, respectivamente. O grupamento de atividade que impulsionou a ocupação no setor privado foi o Comércio, com alta de 1,9% no trimestre, contribuindo com 368 mil novos trabalhadores para a população ocupada do país, nessa comparação. No ano, esse grupamento cresceu 2,6%. No trimestre móvel encerrado em julho de 2024, o número de pessoas ocupadas no Comércio chegou a 19,3 milhões, recorde da série histórica da PNAD Contínua.

No setor público, o recorde foi puxado pelos servidores públicos com e sem carteira de trabalho assinada, que também atingiram seus maiores contingentes na série histórica da PNAD Contínua: 1,6 milhão e 3,3 milhões, respectivamente. O número de servidores públicos sem carteira cresceu 7,4% na comparação trimestral, o equivalente a mais 227 mil pessoas, no período. No ano, esse grupo cresceu 4,7%, ou mais 149 mil pessoas. Já o número dos servidores com carteira aumentou 10,6% (mais 151 mil pessoas) no trimestre e 13,6% (mais 190 mil pessoas) no ano.

Para a analista do IBGE, “a ocupação no setor público vem apresentando crescimento ao longo de 2024, principalmente entre os trabalhadores que atuam no segmento do ensino fundamental e na administração pública municipal”.

Rendimento fica estável no trimestre e cresce 4,8% no ano

No trimestre encerrado em julho, o rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.206, com estabilidade frente ao trimestre móvel anterior e alta de 4,8% na comparação anual.

Já a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 322,4 bilhões, mostrando altas de 1,9% no trimestre e de 7,9% na comparação anual.

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