Economia

Desemprego fica em 11,8% e pessoas desistem de procurar colocação

A quantidade de desempregados chegou ao novo recorde de 12,042 milhões de pessoas nos três meses até outubro

Desemprego: no período, a população ocupada caiu 2,6 por cento sobre o ano anterior (Jorge Rosenberg/Reuters)

Desemprego: no período, a população ocupada caiu 2,6 por cento sobre o ano anterior (Jorge Rosenberg/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de novembro de 2016 às 10h36.

Rio de Janeiro/São Paulo - A taxa de desemprego no Brasil permaneceu em 11,8 por cento pela terceira vez seguida no trimestre até outubro, mas o resultado poderia ter sido pior caso o número de pessoas que desistiram de procurar uma colocação não tivesse aumentado no período, impactando a estatística.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de desempregados chegou ao novo recorde de 12,042 milhões de pessoas nos três meses até outubro, 32,7 por cento maior sobre 2015. Nos três meses até setembro, eram 12,022 milhões de pessoas sem emprego.

"A situação é muito mais grave do que aparentemente os números mostram, porque a população ocupada continua caindo. As pessoas estão em sua maioria desistindo de procurar trabalho dada a dificuldade apresentada pelo mercado em gerar vagas", disse o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo.

Segundo os dados do IBGE, o número de pessoas fora da força de trabalho, que representa aqueles que não estão procurando emprego e por isso saem da conta, cresceu 2,3 por cento no período entre agosto e outubro sobre o ano anterior, o equivalente 1,462 milhão de trabalhadores.

No período, a população ocupada caiu 2,6 por cento sobre o ano anterior, o que representa 2,402 milhões pessoas a menos em meio ao cenário de forte recessão econômica e dificuldade de retomada da atividade.

A debilidade do mercado de trabalho fica ainda mais clara quando se compara o cenário com o mesmo período de 2015, quando a taxa de desemprego havia sido de 8,9 por cento.

O dado dos três meses até outubro ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de 11,7 por cento por cento no período.

A renda média do trabalhador, ainda segundo a Pnad Contínua, seguiu em queda, com perda de 1,3 por cento sobre o mesmo período do ano passado, a 2.025 reais.

"No emprego com carteira assinada foram fechados cerca de 300 mil postos, a maioria com salários mais baixos", completou Azeredo.

Em outubro, o Brasil registrou perda líquida de 74.748 vagas formais de emprego, segundo o Ministério do Trabalho.

O mercado de trabalho é um dos principais reflexos da recessão econômica. Economistas consultados pelo Banco Central projetam contração de 3,49 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, com crescimento de apenas 0,98 por cento no próximo.

O IBGE divulga na quarta-feira os dados do PIB do terceiro trimestre, com expectativa em pesquisa da Reuters de que a recessão tenha piorado, com recuo de 0,8 por cento sobre o período anterior.

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