Economia

Desemprego é maior entre jovens de 14 a 24 anos, diz Ipea

Moradores da região Norte, pessoas com nível intermediário de educação e os jovens foram os que mais perderam emprego no país em 2016

Jovens: o rendimento real do brasileiro registrou um valor médio de R$ 1.978 em 2016, queda de 2,5% comparado ao ano anterior (Tomwang112/Thinkstock)

Jovens: o rendimento real do brasileiro registrou um valor médio de R$ 1.978 em 2016, queda de 2,5% comparado ao ano anterior (Tomwang112/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de maio de 2017 às 16h11.

Moradores da região Norte, pessoas com nível intermediário de educação (que já completaram o ensino fundamental, mas ainda não o médio) e os jovens foram os que mais perderam emprego no país, em 2016, segundo a 62ª edição do Boletim Mercado de Trabalho, divulgado hoje (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O documento mostra que, entre os jovens de 14 a 24 anos, o valor médio das taxas de desemprego trimestrais subiu de 20%, em 2015, para 27,2%, em 2016.

Entre os adultos de 25 a 59 anos e os mais idosos, acima de 60 anos, também houve elevação no valor médio das taxas de desemprego trimestrais para o ano de 2016.

Para os adultos, a variação das taxas de desemprego, entre 2016 e 2015, foi de 2,2 pontos percentuais, fechando o último trimestre de 2016 com a taxa em 9,1%. Para a população mais idosa, a variação foi de 1,1 ponto percentual, chegando a 3,4%.

No recorte por regiões, o Nordeste apresentou as maiores taxas de desemprego em 2016, chegando a 14,4% no último trimestre.

Com relação à escolaridade, a evolução mais significativa foi registrada entre estudantes com ensino fundamental completo e médio incompleto, com um crescimento de 4,7 pontos percentuais na taxa de desemprego entre o quarto trimestre de 2016 e o mesmo período de 2015, quando a taxa passou de 12,2% para 16,9%.

Os trabalhadores por conta própria mantiveram uma trajetória de crescimento, com variação de 1,25% na média de 2016 em relação a 2015.

Os demais grupos registraram queda nos respectivos níveis de ocupação, com exceção dos militares/estatutários, que cresceram 0,65% no período analisado.

Os trabalhadores com carteira e sem carteira assinada apresentaram queda de 3,72% e 0,35%, respectivamente.

Cenário

Segundo o boletim, o "cenário de queda no nível de atividade, em 2016, liderou o comportamento do mercado de trabalho, que teve piora nos indicadores de ocupação e desemprego".

Por outro lado, a informalidade e o rendimento do trabalho apresentaram uma evolução "um pouco menos preocupante, sinalizando que o processo de deterioração desses indicadores estaria perdendo fôlego", segundo o boletim.

O documento foi elaborado para avaliar o comportamento do mercado de trabalho brasileiro em 2016, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando o desempenho nos últimos anos.

O instituto leva em conta ainda as informações da pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

O valor médio das taxas de desemprego trimestrais, em 2016, foi de 11,51%, enquanto que, em 2015, a taxa foi de 8,52%.

"O contexto continuou sendo de queda no nível de atividade e de inflação elevada. Este cenário ditou o tom do comportamento do mercado de trabalho naquele ano, que registrou uma piora sensível nos seus principais indicadores, com destaque para um aumento pronunciado da taxa de desemprego", informa o boletim.

Remuneração

O rendimento real do brasileiro registrou um valor médio de R$ 1.978 em 2016, queda de 2,5% comparado ao ano anterior.

Os homens tiveram a diminuição de 3,3% entre os anos de 2015 e 2016, enquanto as mulheres tiveram perda de 1% no rendimento, no mesmo período.

Os mais jovens (14 a 24 anos) apresentaram a maior queda (de 3,6%) no rendimento médio real no ano 2016 em relação ao ano anterior.

Os adultos e os mais velhos também registraram queda no ano anterior, de 3,0% e 2,9%, respectivamente, em relação à média do ano de 2015.

O boletim aponta que a informalidade registrou taxas semelhantes em 2016 e 2015, sem apresentar uma tendência de aumento ao longo de 2016.

Reversão de cenário

O boletim indica que os primeiros meses de 2017 apontam para a reversão desse cenário e tem "encorajado os analistas a projetarem para esse ano o fim do quadro recessivo no nível de atividade e inflação em queda".

Segundo o Ipea, caso os prognósticos sejam confirmados, é possível que o mercado de trabalho tenha tenha recuperação ainda este ano.

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