Economia

Desemprego deve subir — e isso pode prejudicar campanha de Temer

ÀS SETE - Historicamente, as taxas de desemprego elevadas tendem a favorecer candidatos de esquerda, o que minaria o objetivo de Temer se reeleger

Temer: a expectativa é que o desemprego, medido pela Pnad Contínua, tenha chegado a 12,5% da população, ante os 12,2% do trimestre até janeiro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: a expectativa é que o desemprego, medido pela Pnad Contínua, tenha chegado a 12,5% da população, ante os 12,2% do trimestre até janeiro (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de março de 2018 às 06h15.

Última atualização em 29 de março de 2018 às 07h22.

A taxa de desemprego do país no trimestre encerrado em fevereiro deve mostrar uma nova alta nos dados que serão apresentados nesta quinta-feira.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

A expectativa é que o desemprego, medido pela Pnad Contínua, tenha chegado a 12,5% da população, ante os 12,2% do trimestre até janeiro. Em janeiro a Pnad teve a primeira alta do índice em nove meses. Nesta quinta-feira deve vir a segunda.

A alta do desemprego é comum entre os meses de janeiro e março, com a desmobilização de pessoas contratadas no fim de ano. O problema é que a alta de janeiro veio maior do que a esperada por economistas. Se isso se repetir em fevereiro, a situação se complica justamente em um período decisivo para o governo.

Reduzir o desemprego é essencial para os planos do atual governo de se manter no poder. Segundo os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deve deixar o cargo na próxima semana para tentar se viabilizar como candidato pelo MDB, compondo uma eventual chapa com Michel Temer ou até com uma candidatura própria à Presidência.

Historicamente, taxas de desemprego elevadas tendem a favorecer candidatos de esquerda, assim como inflação elevada e descontrole econômico jogam a favor de candidatos de direita. Em 2002, quando Lula foi eleito, a taxa de desemprego era de 12,6%.

Naquele ano, o desemprego foi decisivo para o processo eleitoral e Lula levou o pleito com uma plataforma que prometia gerar 10 milhões de empregos.

Mais do que a taxa, o que importa é a trajetória, e o sentimento de que a situação está melhorando. Por isso, para as pretensões eleitorais do governo e até de aliados como o PSDB, fazer o desemprego cair é essencial.

Falar da regra do teto, da reforma da Taxa de Juros de Longo Prazo e da reforma trabalhista não deve ajudar a convencer a população.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteDesempregoEleições 2018Exame HojeGoverno TemerMichel Temer

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor