Desastre do Golfo do México causou US$ 17,2 bi em dano ambiental
O estudo é a avaliação financeira mais abrangente sobre impacto do maior vazamento de petróleo da história dos EUA
Vanessa Barbosa
Publicado em 26 de abril de 2017 às 15h58.
Última atualização em 26 de abril de 2017 às 18h15.
São Paulo - Em 20 de abril de 2010, a explosão da plataforma Deepwater Horizon, operada pela empresa petrolífera BP, provocou a morte de 11 trabalhadores e derramou milhões de barris de petróleo no Golfo do México, causando danos ambientais de grande alcance.
Sete anos após o pior desastre de petróleo em mar da história dos Estados Unidos , uma equipe de cientistas lançou a avaliação mais abrangente do valor financeiro dos danos causados sobre os recursos naturais da região: nada menos do que US$ 17,2 bilhões.
Os resultados do estudo, coordenado pela Universidade Virginia Tech, nos EUA, foram publicados neste mês na revista Science.
Na esteira do desastre, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) encomendou a um grupo de 18 pesquisadores que estimassem o valor sobre os recursos naturais danificados.
Para "colocar um valor" em dólares sobre os recursos ambientais afetados pela maré negra, os pesquisadores criaram um cenário no qual as pessoas poderiam ter um papel na mitigaçãode danos futuros pagando efetivamente por um programa de prevenção.
Ao longo de seis anos, os cientistas avaliaram a disposição das famílias de pagar por medidas que evitariam danos semelhantes se um derramamento eventual de mesma magnitude acontecesse no futuro, com prejuízo a praias, pântanos, animais, peixes e corais.
A análise final mostrou que, em média, uma família estava disposta a pagar US$ 153 para um programa de prevenção. Esta taxa foi então multiplicada pelo número de famílias da amostra para obter a avaliação final de US$ 17,2 bilhões.
Segundo os cientistas, os resultados foram "reveladores" na medida em que mostram o quanto as pessoas realmente valorizam os recursos marinhos e ecossistemas.
Eles esperam que a pesquisa ajude a orientar os formuladores de políticas e a indústria de petróleo na determinação não só de quanto deve ser gasto em esforços de restauração no caso de vazamentos em águas profundas, mas também quanto deve ser investido para proteger os recursos naturais contra danos potenciais de um acidente.