Economia

Desaceleração do IPCA não vai conter novo aumento da Selic

Nota do Banco Central assinala que aumento da Selic, realizado neste mês, é apenas o início do ajuste da taxa, segundo a consultoria Global Invest

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

A desaceleração no ritmo de reajuste dos preços, exemplificado pelo IPCA-15 de setembro, que ficou abaixo do de agosto, não será suficiente para conter novos aumentos da taxa básica de juros (Selic). A avaliação é da consultoria Global Invest, que afirma que o Banco Central (BC) emitiu um sinal negativo para o mercado com a alta de 0,25 ponto percentual da Selic, em sua última reunião. Na nota pós-reunião, o BC afirmou que o aumento inicia "um processo de ajuste moderado da taxa básica de juros".

Segundo a Global Invest, não há motivos para que os juros subam novamente. O principal motivo é que a inflação está desacelerando. O sinal mais recente foi emitido nesta quarta-feira (22/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou o IPCA-15 de setembro. O indicador, que serve de prévia para o índice oficial de inflação, apontou alta de 0,49%, abaixo dos 0,79% de agosto. O resultado também ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetavam um aumento de 0,6%.

"O resultado do IPCA-15 coloca um viés de baixa para nossa projeção para o IPCA cheio do mês, que está atualmente em 0,6% e será divulgado no início de outubro", afirma o relatório da Global Invest. O que mais contribuiu para a queda do IPCA-15 foi o menor impacto das tarifas públicas, neste mês, e o fim de pressões sazonais sobre os alimentos. Com isso, o núcleo do IPCA-15 também apresentou desaceleração, caindo de 0,56% em agosto para 0,4% em setembro, pelo critério de cálculo por expurgo.

Esses resultados não devem impedir novas alta das taxa de juros pelo BC, segundo a Global Invest. A consultoria lembra que, na nota pós-reunião, a autoridade monetária procurou demonstrar que o ajuste da Selic não teria impacto sobre o crescimento econômico deste ano. Embora considere que o BC está sendo precipitado ao aumentar os juros sem considerar a trajetória de queda da inflação, a Global Invest projeta uma nova alta da Selic em outubro, para 16,5% ao ano.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Por que as fusões entre empresas são difíceis no setor aéreo? CEO responde

Petrobras inicia entregas de SAF com produção inédita no Brasil

Qual poltrona do avião dá mais lucro para a companhia aérea?

Balança comercial tem superávit de US$ 5,8 bi em novembro