Economia

"Depois do carnaval", Brasil deve repensar sua direção, diz FT

Com um crescimento menor no governo Dilma, o jornal Financial Times analisa que o país deve se perguntar "que tipo de economia será" e "qual deve ser o papel do Estado"

Bandeira do Brasil: segundo o FT, o governo brasileiro é responsável por boa parte dos problemas de investimento no país, o que gera debate sobre como a economia deve crescer (Getty Images)

Bandeira do Brasil: segundo o FT, o governo brasileiro é responsável por boa parte dos problemas de investimento no país, o que gera debate sobre como a economia deve crescer (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2012 às 08h08.

São Paulo - O Brasil está num "ponto de virada" depois do "carnaval" do crescimento no governo Lula, afirma uma análise publicada no jornal britânico Financial Times desta terça-feira. Depois de crescer 7,5% em 2010, a economia brasileira expandiu 2,7% no primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff e é esperado uma alta de apenas 2% para este ano, segundo o texto de Joe Leahy. Por isso, segundo o FT, o momento é para debater para onde o Brasil deve levar esse "modelo estatal" de desenvolvimento.

De acordo com o jornal, essa discussão não é "preocupante somente ao Brasil, mas a todos os mercados emergentes", porque, com a Europa, o Japão e os Estados Unidos estagnados, há poucos padrões econômicos para guiar os países nas "nuvens de tempestade" da crise econômica global.

Segundo o Financial Times, mesmo com a crise é consenso que o país precisa de investimento, principalmente em infraestrutura e educação. E, nesse caso, o governo brasileiro é responsável por boa parte dos problemas, porque ele "taxa como os europeus, mas gasta boa parte de seus ganhos com salários, pensões e pagamentos de juros".

O texto do FT afirma também que o governo Lula foi responsável pelo crescimento notável do Brasil nos anos anteriores, que permitiu mais renda para que os pobres chegassem na classe C, principalmente através do acesso fácil ao crédito. Diferente desse estilo de gestão, a "tecnocrata taciturna" Dilma Rousseff derrubou o desemprego para o nível de 6%, além de elevar o salário mínimo.

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