Economia

Setor aéreo do Brasil tem desempenho mais fraco desde 2012

No mercado internacional, houve avanço de 15,51 por cento da demanda


	Avião visto de janela do aeroporto: a taxa de ocupação ficou em 79,3 por cento no mês passado
 (anyaberkut/Thinkstock)

Avião visto de janela do aeroporto: a taxa de ocupação ficou em 79,3 por cento no mês passado (anyaberkut/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 12h02.

São Paulo - As companhias aéreas brasileiras tiveram em outubro o pior desempenho desde 2012, com a procura de passageiros interessados em voar pelo país caindo mais do que a redução de oferta pelas empresas, informou nesta quinta-feira a associação que representa o setor aéreo, Abear.

A demanda por voos domésticos no Brasil recuou 5,74 por cento em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, enquanto a oferta caiu 3,87 por cento, segundo os dados da entidade.

"O resultado é ruim e no ano que vem vai piorar. Nossa expectativa é a mais conservadora possível", disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, nesta quinta-feira. Ele afirmou que a entidade não vê cenário de melhora nos dados do setor em menos de 24 meses.

A retração da demanda corporativa com a fraqueza da economia e os maiores custos por conta do reflexo do dólar no combustível de aviação têm configurado um ambiente de difícil lucratividade para o setor, que vinha tentando estimular o passageiro a voar por meio de ações de marketing e redução de tarifas.

"A demanda vinha se mantendo até alguns meses atrás com crescimento baixo graças a ações de marketing, mas isso tem limite e aparentemente esse limite chegou. Hoje estamos vivendo um momento de preços médios muito baixos", disse o consultor técnico da Abear, Maurício Emboaba.

Para novembro, segundo Emboaba, os números devem continuar em queda, ao passo que, em dezembro, poderá se verificar baixa anual menor que a de outubro, porque o segmento de passageiros de lazer é estimulado com as férias de fim de ano.

Com isso, segundo o presidente da Abear, resta às empresas continuarem cortando voos, provavelmente de forma mais agressiva que o já anunciado, uma vez que a previsão é de que a economia brasileira continue fraca em 2016.

Sobre o pacote de medidas pedido ao governo para aliviar os custos da aéreas, Sanovicz disse que houve capacidade de diálogo, mas a resposta de Brasília foi “nenhuma”.

A TAM, do grupo Latam, permaneceu líder no mercado doméstico em outubro, mas sua participação caiu para 37,4 por cento, ante 39,14 por cento em outubro de 2014. A Gol veio em seguida com fatia recuando para 35,1 por cento, frente 36,36 por cento anteriormente. A Azul avançou para de 15,99 para 17,21 por cento e foi seguida pela Avianca, que cresceu de 8,51 para 10,29 por cento.

Voos para o exterior

No mercado de voos internacionais das companhias aéreas brasileiras, houve avanço de 15,51 por cento da demanda e alta de 18,17 por cento da oferta em outubro sobre um ano antes. A taxa de ocupação foi a 83,10 por cento, recuo de 1,91 ponto percentual ante outubro do ano passado.

Os dados são reflexo da base fraca de comparação do ano passado diante do início da operação internacional da Azul para os Estados Unidos em dezembro de 2014.

Nesse segmento, a TAM também manteve a liderança, com 80,73 por cento do mercado, ante 84,91 por cento em outubro de 2014. A empresa foi seguida por Gol, com 12,41 por cento, frente 15,05 por cento previamente. A participação da Azul foi de 6,81 por cento.

A Abear também anunciou nesta quinta-feira que a fabricante canadense de aeronaves Bombardier passou a fazer parte da entidade, o que deve agregar informações técnicas sobre a indústria de aviação à entidade, segundo Sanovicz.

Texto atualizado às 13h01.
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