Decreto inclui Porto de Santos no Programa Nacional de Desestatização
O ato, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, acata recomendação do Conselho do PPI
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de julho de 2022 às 11h51.
Última atualização em 28 de julho de 2022 às 12h13.
O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira publica decreto presidencial que qualifica no Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI) e inclui no Programa Nacional de Desestatização (PND) a Autoridade Portuária de Santos S.A. e os serviços públicos portuários a ela relacionados "para fins de desestatização". O ato, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro , acata recomendação do Conselho do PPI.
Embora apertado, o cronograma do governo prevê a privatização do Porto de Santos ainda neste ano, o que é visto com ceticismo no mercado. Em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. o secretário de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, Rafael Furtado, disse acreditar que a proposta para Santos - cuja previsão de investimentos com a venda alcança R$ 18 bilhões - será apresentada ao Tribunal de Contas da União (TCU) em meados de agosto.
Depois disso, a expectativa é publicar o edital em outubro, o que dependeria de uma decisão do tribunal em menos de três meses - prazo considerado estreito pelo mercado, dado o tempo que o TCU tem levado em análises de casos de desestatização.
O decreto publicado nesta quinta confirma a competência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para cuidar da execução e acompanhamento das medidas de desestatização do empreendimento, além de estabelecer que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) poderá acompanhar os estudos técnicos contratados pelo BNDES e que cabe ao Ministério da Infraestrutura coordenar e monitorar as medidas de desestatização, "incluída a competência para validar os produtos parciais e finais dos estudos a serem conduzidos pelo BNDES".
Em texto distribuído à imprensa, a Secretaria-Geral da Presidência afirma que, "com a privatização, espera-se a promoção da expansão, da modernização e da otimização da infraestrutura e da superestrutura que integram o Porto e suas instalações, a garantia da modicidade das tarifas e preços praticados no setor, da qualidade da atividade prestada e da efetividade dos direitos dos usuários, além de estimular a modernização e o aprimoramento da gestão do Porto e de suas instalações, a valorização e a qualificação da mão de obra portuária e a eficiência das atividades prestadas".
Túnel
O texto não fala em prazos, mas informa que "há ainda previsão de que a privatização viabilize investimentos de quase três bilhões de reais para a execução de túnel de ligação entre as cidades de Santos-SP e Guarujá-SP".
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