A presidente Dilma Rousseff decidiu pela sobrevida de Lupi (Pedro Ladeira/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2011 às 18h22.
Brasília - A decisão da presidente Dilma Rousseff de dar sobrevida ao ministro Carlos Lupi (Trabalho) não desafia a Comissão de Ética Pública, disse hoje a conselheira Marília Muricy, responsável pela relatoria do processo que recomendou a exoneração de Lupi. "Não vejo como um desafio, absolutamente. Em primeiro lugar, a presidenta não está subordinada à Comissão de Ética. Ao contrário, a Comissão de Ética é criada por um decreto presidencial, os membros são nomeados pela presidenta da República e a Comissão de Ética assessora a Presidência", afirmou Marília, após encerramento de seminário sobre ética na gestão, em Brasília.
No relatório, acatado por unanimidade pelos conselheiros da Comissão, a conselheira sustenta que a "enxurrada de denúncias" abala a "administração pública federal como um todo". "É de concluir-se que a conduta do sr. Carlos Lupi, seja por suas inquestionáveis e graves falhas como gestor, seja pela irresponsabilidade de seus pronunciamentos públicos, não se coaduna com os preceitos éticos estabelecidos pela alta administração federal", diz o relatório.
Questionada se mantinha o tom do relatório, a conselheira disse que reafirma "palavra por palavra, vírgula por vírgula, ponto e vírgula por ponto e vírgula", mas destacou que o ministro tem "todo o direito de pedir reconsideração".