Economia

Dar alimento e formação melhora vida de pobres, diz estudo

Doar alimentos e oferecer formação regular aos mais pobres tem ajudado a melhorar as condições de vida em cinco países, segundo estudo

Pessoas preparam sopa para doação, no Peru (Jaime Razuri/AFP)

Pessoas preparam sopa para doação, no Peru (Jaime Razuri/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2015 às 23h55.

Miami - Doar cabras, galinhas ou vacas e oferecer formação regular aos mais pobres tem ajudado a melhorar as condições de vida em cinco países ao redor do mundo - disseram pesquisadores nesta quinta-feira.

Por meio do programa "Formação", liderado pela Fundação Ford e pelo Grupo Consultivo de Assistência aos Pobres (CGAP), o esforço está em curso há três anos na Etiópia, em Gana, Honduras, Índia, Paquistão e Peru.

Pouco menos da metade dos domicílios participantes do experimento tinha consumo per capita diário de menos de 1,25 dólares (cerca de 4 reais).

Cerca de 21.000 adultos receberam gado, formação profissional, treinamento de habilidades de vida e informação de saúde durante as sessões regulares de acompanhamento, informou um relatório sobre o programa publicado na revista Science.

No geral, "o experimento produziu um aumento de cinco por cento da renda per capita, um aumento de oito por cento no consumo de alimentos, um aumento de 15 por cento em ativos, e um aumento de 96 por cento em economias, em comparação com grupos semelhantes de pessoas não inscritas no programa", disse o estudo.

Honduras foi o único país que não teve ganhos de riqueza, provavelmente porque a maioria das pessoas recebeu galinhas, e uma grande fração das aves morreram da doença.

O conceito do programa "Formação" foi primeiramente testado em Bangladesh pela BRAC, uma grande organização não-governamental.

A ideia era fornecer uma abordagem multifacetada para atenuar a pobreza, também conhecida como "grande empurrão".

Os locais agraciados pelo programa foram escolhidos por meio do consórcio da Fundação Ford e do CGAP.

Os cientistas realizaram um estudo controlado randomizado para comparar os resultados do programa de pobreza de famílias semelhantes que não receberam essa assistência.

"Os resultados mostram que, três anos após a intervenção, a fome diminuiu, o consumo aumentou e a renda também", afirmou Abhijit Banerjee, professor de economia internacional no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e co-autor do estudo.

"Parece ser uma melhoria que acontece e se torna permanente", acrescentou Banerjee. "Eles também estão mais felizes".

O artigo na revista Science foi escrito por cientistas da Universidade de Yale e da Universidade de Princeton.

Entre outros co-autores estão o grupo sem fins lucrativos Innovations for Poverty Action, a Universidade de Gana-Legon, a Universidade Católica de Louvain e da Universidade de Ghent, na Bélgica.

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