Economia

Dados comerciais da China superam expectativas

Apesar do crescimento maior que o esperado das exportações e importações ceticismo permaneceu

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2013 às 10h47.

Pequim - As exportações e importações da China cresceram mais do que o esperado em abril, oferecendo a possibilidade de uma perspectiva melhor para a segunda maior economia do mundo, mas os números não conseguiram acabar com o ceticismo de que manobras financeiras de exportadores e entradas de capital especulativo estariam mascarando uma fraqueza na demanda real.

As exportações da China subiram 14,7 por cento em abril na comparação anual, enquanto as importações aumentaram 16,8 por cento, deixando o país com um superávit comercial de 18,16 bilhões de dólares para o mês, informou a Administração de Alfândega nesta quarta-feira.

A expectativa do mercado era de uma alta de 10,3 por cento nas exportações, aumento de 13,9 por cento nas importações e superávit comercial de 15,1 bilhões de dólares.

Em relação ao mês anterior, as exportações subiram 2,7 por cento, enquanto as importações caíram 7,7 por cento.

Os dados de exportações chineses nos últimos meses parecem sinalizar uma retomada gradual da demanda externa, embora alguns analistas suspeitem que os exportadores possam ter exagerado seus negócios para obter fundos e evitar restrições de capital.

"Eu não tenho uma convicção forte sobre se os dados refletem a realidade. Vamos focar nos dados de atividade da próxima segunda-feira", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe do Nomura.

A Administração Estatal de Moeda Estrangeira divulgou no domingo novas regras para controlar a entrada de dinheiro especulativo disfarçado de pagamentos comerciais.

Uma estimativa da Reuters de entrada de dinheiro especulativo com base em dados oficiais indica que 181 bilhões de dólares entraram na China no primeiro trimestre, alimentado em parte por uma política monetária frouxa da Europa e Estados Unidos.


Sinais de Fraqueza

Somando-se ao ceticismo sobre os dados comerciais, duas pesquisas de Índices de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgadas na semana passada mostraram que o crescimento no vasto setor industrial da China desacelerou em abril, ao passo que novas encomendas encolheram. No entanto, nos números comerciais, a indústria ficou entre os setores que reportaram aumento nas exportações no mês.

Além disso, os números da alfândega mostraram um salto de 57 por cento nas exportações para Hong Kong e um aumento de 250 por cento nas exportações para áreas fronteiriças, dando peso a teorias de que os produtos não estão sendo exportados para destinos finais.

"No primeiro trimestre de 2013, os dados de exportação da China foram fortemente distorcidos devido a muitas notificações de exportadores que tentaram trazer dinheiro especulativo por meio de exportações falsas e arbitrando o diferencial entre iuan de Hong Kong e o dólar e o iuan chinês e o dólar, ao levar e trazer produtos de Hong Kong", afirmou o economista do Bank of America Merrill Lynch, Ting Lu, em relatório divulgado nesta quarta-feira, referindo-se às taxas offshore e onshore do iuan.

"A evidência inclui as fortes exportações fora do normal para áreas fronteiriças e Hong Kong." Os últimos números de exportação também não se harmonizam com os de outras economias regionais. Coreia do Sul e Taiwan registraram exportações abaixo das expectativas em abril, mostrando a fragilidade da demanda global.

O governo de Taiwan afirmou nesta quarta-feira que irá cortar as previsões de crescimento econômico deste ano devido aos fracos dados de exportação.

Entretanto, há notícias positivas nos dados. Enquanto as exportações da China para os Estados Unidos caíram 0,1 por cento em abril e para a União Europeia recuaram 6,4 por cento, as taxas de declínio ficaram abaixo das quedas de março de 6,5 e 14 por cento, respectivamente.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaComércio exteriorExportaçõesImportações

Mais de Economia

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Haddad anuncia corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir arcabouço e meta fiscal

Fazenda mantém projeção do PIB de 2024 em 2,5%; expectativa para inflação sobe para 3,9%

Mais na Exame