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CVM julga o empresário Maioline, o 'Madoff mineiro'

O empresário Thales Emanuelle Maioline, que está preso, ficou conhecido como o "Madoff mineiro" por ter aplicado o chamado golpe da pirâmide em 2 mil investidores

Julgamento: o esquema financeiro criado por Maioline em Belo Horizonte durou de 2006 até junho de 2010 (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2013 às 08h43.

Rio de Janeiro - A Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ) julgará na tarde desta terça-feira Thales Emanuelle Maioline, ex-proprietário da Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros. O empresário, que está preso, ficou conhecido como o "Madoff mineiro" por ter aplicado o chamado golpe da pirâmide em cerca de 2 mil investidores. O prejuízo aos envolvidos pode chegar a cerca de R$ 100 milhões.

O esquema financeiro criado por Maioline em Belo Horizonte durou de 2006 até junho de 2010. Naquele mês, a CVM disparou um alerta de "atuação irregular" avisando que a Firv e seus sócios não estavam autorizados a operar no mercado. Após o comunicado, um dos investidores fez uma tentativa frustrada de sacar R$ 3 milhões e expôs o rombo.

A base do golpe era a promessa de ganhos fáceis a clientes de cerca de 14 cidades mineiras. Para atrair as vítimas, o empresário oferecia cotas de participação por meio do intitulado Fundo de Investimento Capitalizado (Ficap). As cotas variavam entre R$ 5 mil e R$ 5 milhões, com investimento mínimo de R$ 2,5 mil. O fundo prometia rentabilidade de 5% ao mês, bem superior à média do mercado.

De acordo com o estatuto social do clube de investimentos, a Ficap faria aplicações em ações e/ou bônus de subscrição e/ou debêntures conversíveis em ações de emissão de companhias abertas; cotas de fundos de renda fixa e títulos de renda fixa, entre outros. O contrato dispensava realização de assembleia geral ordinária anual.

A chave do sucesso do negócio era amealhar constantemente novos investidores para o Ficap. Com os aportes dos clientes recém-chegados, Maioline remunerava os cotistas mais antigos. O estratagema é semelhante àquele operado por Bernard Madoff, operador de Wall Street, que em 2010 revelou uma fraude bilionária em prejuízo de investidores americanos.

Além de Maioline, serão julgados sua irmã, Iany, e seu sócio Oseias Marques Ventura. O exercício irregular de atividade financeira é crime contra o mercado de capitais. Além de multa, os responsáveis podem ser punidos com pena de detenção de até dois anos. O julgamento será o último de Maria Helena Santana como presidente da CVM, já que seu mandato termina em 14 de julho.

No campo penal, Thales Maioline pode ser punido com até 14 anos de prisão. Ele é acusado pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha e falsificação de documentos.

Após protagonizar uma inusitada tentativa de fuga, com direito a acampamento na Amazônia, ele segue detido desde dezembro de 2010 no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp), na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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Rio de Janeiro - A Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ) julgará na tarde desta terça-feira Thales Emanuelle Maioline, ex-proprietário da Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros. O empresário, que está preso, ficou conhecido como o "Madoff mineiro" por ter aplicado o chamado golpe da pirâmide em cerca de 2 mil investidores. O prejuízo aos envolvidos pode chegar a cerca de R$ 100 milhões.

O esquema financeiro criado por Maioline em Belo Horizonte durou de 2006 até junho de 2010. Naquele mês, a CVM disparou um alerta de "atuação irregular" avisando que a Firv e seus sócios não estavam autorizados a operar no mercado. Após o comunicado, um dos investidores fez uma tentativa frustrada de sacar R$ 3 milhões e expôs o rombo.

A base do golpe era a promessa de ganhos fáceis a clientes de cerca de 14 cidades mineiras. Para atrair as vítimas, o empresário oferecia cotas de participação por meio do intitulado Fundo de Investimento Capitalizado (Ficap). As cotas variavam entre R$ 5 mil e R$ 5 milhões, com investimento mínimo de R$ 2,5 mil. O fundo prometia rentabilidade de 5% ao mês, bem superior à média do mercado.

De acordo com o estatuto social do clube de investimentos, a Ficap faria aplicações em ações e/ou bônus de subscrição e/ou debêntures conversíveis em ações de emissão de companhias abertas; cotas de fundos de renda fixa e títulos de renda fixa, entre outros. O contrato dispensava realização de assembleia geral ordinária anual.

A chave do sucesso do negócio era amealhar constantemente novos investidores para o Ficap. Com os aportes dos clientes recém-chegados, Maioline remunerava os cotistas mais antigos. O estratagema é semelhante àquele operado por Bernard Madoff, operador de Wall Street, que em 2010 revelou uma fraude bilionária em prejuízo de investidores americanos.

Além de Maioline, serão julgados sua irmã, Iany, e seu sócio Oseias Marques Ventura. O exercício irregular de atividade financeira é crime contra o mercado de capitais. Além de multa, os responsáveis podem ser punidos com pena de detenção de até dois anos. O julgamento será o último de Maria Helena Santana como presidente da CVM, já que seu mandato termina em 14 de julho.

No campo penal, Thales Maioline pode ser punido com até 14 anos de prisão. Ele é acusado pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha e falsificação de documentos.

Após protagonizar uma inusitada tentativa de fuga, com direito a acampamento na Amazônia, ele segue detido desde dezembro de 2010 no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp), na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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