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Cuba admite erros em suas reformas econômicas

O partido admitiu que as implementações políticas sofreram atrasos por falta de planejamento, mas que a situação está mais favorável que há alguns anos

Raúl Castro: o líder cubano abriu a ilha para pequenos empreendimentos e ao investimento estrangeiro (Ernesto Mastrascusa/AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 27 de março de 2018 às 11h30.

O Partido Comunista de Cuba , que dirige os destinos da ilha, admitiu erros e atrasos nos planos de atualização de seu modelo econômico, mas assegurou que as mudanças continuarão com uma maior participação de organismos do Estado.

O tema foi avaliado na V Sessão Plenária do Comitê Central do Partido Comunista (PCC) durante dois dias, informa a imprensa estatal. A reunião foi liderada pelo primeiro secretário Raúl Castro, que deixará a presidência do país em 19 de abril.

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Depois de três anos de "alto rendimento de implementação de políticas" desde 2011, o ritmo caiu ante a complexidade das medidas e "por erros no planejamento e controle", afirmou o diretor das reformas econômicas, Marino Murillo, na plenária.

Para isto incidiram ainda limitações financeiras "que impossibilitaram o respaldo adequado a um grupo de medidas que exigiam investimentos", afirma o jornal Granma, órgão de comunicação do PCC.

Raúl Castro lidera sete anos de reformas, principalmente a abertura a pequenos empreendimentos privados e ao investimento estrangeiro na ilha. Neste processo, alguns setores reclamaram contra o acúmulo de riqueza nas mãos de particulares.

A plenária do partido reconheceu uma "carência de cultura tributária" e dificuldades na comunicação de políticas que geraram interpretações equivocadas da população.

Enquanto os processos são revisados, o governo mantém como prioridade a unificação monetária e cambial, assim como um plano de desenvolvimento econômico e social até 2030.

A circulação de duas moedas em Cuba e a existência de taxas cambiais privilegiadas para o setor estatal provocam uma distorção na economia, afirmam especialistas, que esperam que o governo adote medidas este ano.

O PCC destacou o apoio aos negócios particulares - restaurantes, barbearias - por meio de normas jurídicas e destacou que 580.000 trabalhadores serão capacitados por conta própria, como são conhecidos os empreendedores.

Entre as dificuldades para avançar com os planos, o PCC admitiu que nem sempre todos os organismos estatais foram envolvidos nas mudanças.

Por este motivo, o partido assegura "a continuidade da atualização do modelo econômico e social por meio de uma participação maior e de responsabilidade" de organismos do Estado.

"Apesar dos erros e insuficiências reconhecidas na Sessão Plenária, a situação é mais favorável que há alguns anos", disse Raúl Castro, de 86 anos, citado pelo Granma.

Apesar da mudança de cenário desde o período de escassez dos anos 1990, Castro observou que ainda persiste "uma mentalidade de desperdício, quando a linha a seguir é de economia e eficiência".

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