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Crise política aumenta risco de crédito dos bancos, avalia Fitch

Para a agência, a reforma econômica e a agenda legislativa são fundamentais para uma recuperação econômica no atual momento

Fitch: "A crise política tem o potencial de travar o ritmo de recuperação econômica" (Brendan McDermid/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de maio de 2017 às 15h32.

São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch afirmou nesta segunda-feira, 22, que a crescente incerteza política desencadeada pelas recentes denúncias de corrupção, que envolvem o presidente Michel Temer, pressionará ainda mais o ambiente operacional dos bancos, enquanto potencialmente aumentará os riscos de qualidade de ativos a médio e longo prazo.

Em comunicado divulgado nesta segunda, a Fitch afirma que a deterioração do ambiente político brasileiro "não deve causar uma deterioração acentuada e imediata da qualidade dos ativos dos bancos brasileiros ou quaisquer perdas significativas por meio de exposições de títulos".

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No entanto, segundo a agência, como o recente caso envolve a Presidência da República, "o risco político maior poderia aumentar a incerteza política e legislativa".

Para a Fitch, a reforma econômica e a agenda legislativa são fundamentais, no atual momento, para uma recuperação econômica, na sequência de uma profunda recessão de dois anos.

"A crise política tem o potencial de travar o ritmo de recuperação econômica e o ambiente operacional ainda profundamente desafiador enfrentado pelos bancos brasileiros."

A perspectiva da agência para o setor bancário brasileiro permanece negativa com o fraco ambiente econômico e seus efeitos sobre fatores de qualidade dos ativos. "Houve alguns sinais de estabilização no ambiente operacional, mas eles permanecem tépidos e de curta duração."

Segundo a Fitch, o potencial de melhora na qualidade dos ativos dos bancos brasileiros provavelmente será prejudicado por grandes desafios macroeconômicos, "mas o escândalo de corrupção pode ter efeitos particulares nas carteiras de proteínas e nas cadeias de produção de proteínas".

Para a agência, a exposição de bancos pequenos e médios à indústria de proteínas é moderada. J

á os principais bancos provados "não têm grande exposição direta a esse setor e têm reduzido suas concentrais globais nesse setor, dada a alta alavancagem e, ainda, a geração de caixa limitada entre quase todas as indústrias corporativas no Brasil".

Em relação aos bancos públicos, a Fitch afirma que eles, geralmente, têm exposições maiores em certos setores, como o agronegócio, em parte devido a seus papéis sociais e de desenvolvimento.

"Portanto, a Fitch acredita que pode haver alguma necessidade de reservas adicionais ou de ajustes de marcação ao mercado de títulos específicos dentro desse segmento de bancos."

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