Economia

Crise mundial será longa, diz vice do BNDES

João Carlos Ferraz ressalvou que o impacto deverá ter velocidades diferentes sobre os países com economias avançadas e os que são emergentes

Segundo ele, o Brasil entrou o ano de 2011 com crescimento de 7,5% e a decisão do governo foi de desacelerar a economia (Divulgação)

Segundo ele, o Brasil entrou o ano de 2011 com crescimento de 7,5% e a decisão do governo foi de desacelerar a economia (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2011 às 16h12.

São Paulo - O vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, afirmou hoje que a crise mundial será longa, mas deve ter velocidades diferentes no impacto sobre os países com economias avançadas e os que são emergentes. "No Brasil, há paralisação de emissões de bônus que estavam prontas", destacou.

"Em função da crise, o comércio externo pode desacelerar e disparar protecionismo, o que seria indesejável", afirmou. Ele ressaltou, contudo, que há espaço para que ocorra o fortalecimento da relação econômica entre Brasil e Portugal, por exemplo.

Ferraz disse ainda que na crise de 2008 houve um puxar de freio dos agentes econômicos e na atual crise ocorreu uma redução da atividade doméstica, e não uma puxada de freio.

Segundo ele, o Brasil entrou o ano de 2011 com crescimento de 7,5% e a decisão do governo foi de desacelerar a economia. Esse movimento de desaceleração da economia foi feito, lembrou, utilizando alguns instrumentos, como alta dos juros. Ferraz participou hoje de encontro de empresários da Câmara Portuguesa de Comércio.

Crédito

Ferraz afirmou que dado a demanda de investimentos existente o BNDES "não será capaz de segurar a onda de financiamentos sozinho". E isso, declarou, ressalta a importância da ampliação de outras fontes de financiamento privado de longo prazo.


Ferraz afirmou que os desembolsos do BNDES devem chegar perto de R$ 140 bilhões no final do ano. Ele disse que é possível que em dois anos, quando a taxa de juro nominal estiver abaixo de 10% ao ano, os bancos atuem com mais intensidade em projetos de financiamento de longo prazo.

Tombini

O vice-presidente do BNDES afirmou também que a decisão do Banco Central de 31 de agosto de realizar uma inflexão na política monetária, depois de ter elevado os juros em 1,75 ponto porcentual de janeiro a julho, se tornou uma avaliação positiva perante os agentes econômicos.

"(Alexandre) Tombini está virando uma entidade. O mercado parece estar convencido que as decisões dele estavam certas", comentou.

Ele destacou que logo depois da decisão do Copom do final de agosto muitos interlocutores manifestaram grande surpresa com a decisão do Banco Central. Os ex-presidentes do BC Gustavo Loyola e Affonso Celso Pastores chegaram a manifestar no dia 1º de setembro que a autoridade monetária havia abandonado o regime de metas de inflação.

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